O tiro saiu pela culatra. O pedido do Ministério Público e da Polícia Militar de reduzir a cota de torcedores visitantes em clássicos não contribuiu para diminuir a violência entre torcedores nesses jogos. Infelizmente, aconteceu o contrário.
Tanto o jogo entre São Paulo e Corinthians no Morumbi (10% de corintianos) e entre Corinthians e Santos no Pacaembu (6% de santistas) ficaram marcados por brigas nas arquibancadas entre as torcidas visitantes e a Polícia Militar.
“Há um clima hostil. Os torcedores não estão aceitando a restrição de ingressos. Não posso dizer com 100% de certeza de que esse foi o motivo para o que aconteceu no Pacaembu. Mas no Morumbi foi uma demonstração categórica”, disse o major José Balestiero Filho, subcomandante do 2º Batalhão de Choque da PM à Agência Estado.
Está presente na cultura do futebol brasileiro a divisão das arquibancadas ao meio em clássicos. Esse duelo particular de cores e cantos sempre compôs o cenário de Fla x Flu, Cruzeiro x Atlético, Gre-Nal, Ba-Vi, entre outros confrontos em todos os estados.
Mudanças nessa história geram uma insatisfação e revolta inevitáveis das torcidas. Soma-se a isso o despreparo da polícia em situações de tensão em multidões e as cenas do último domingo no Pacaembu tornam-se comuns.
A demagogia e a canastrice dos dirigentes é um caso à parte nessa história toda, e também contribuiu muito para as brigas nos dois clássicos. Quando o São Paulo destinou só 10% para corintianos no Morumbi, o presidente alvinegro Andrés Sánchez esbravejou, incitou seus torcedores contra os adversários e depois os chamou de heróis. Aí contra o Santos destinou só 6% aos santistas. Dessa vez quem roubou a cena foi o Marcelo Teixeira, que discutiu com torcedores rivais. Parece que nenhum deles sabe da responsabilidade que têm ao comandarem clubes como os que presidem.
No próximo sábado, São Paulo e Palmeiras se enfrentam no Morumbi. E, mais uma vez, a torcida visitante, no caso a palmeirense, terá direito a apenas 10% da carga total de ingressos. A polícia diz que vai reforçar o policiamento.
Ou seja, já detectaram o problema, mas vão insistir nele e na solução que não vem dando certo.
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