sábado, 28 de fevereiro de 2009

O que a gente quer ouvir das torcidas

Do blog do Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil. Para ir direto à postagem, clique aqui.

Relógio maluco. Torcedores protestam contra horário de jogo do São Paulo

“Campeonato Paulista, o "Paulistão 2009". No programa do dia, São Paulo x Oeste de Itápolis às 21h45, no Morumbi. Sim, quase às 10 da noite sem transmissão da TV aberta. É dose! Mas finalmente o torcedor se manifestou. Nos minutos finais do primeiro tempo vieram os gritos das arquibancadas: VERGONHAAA! VERGONHAAA! VERGONHAAAA! HORÁRIO SEM VERGONHA!!!

Iniciativa louvável de parte dos menos de 4,8 corajosos que se aventuraram a comparecer ao estádio para um duelo entre dois times separados por um enorme abismo técnico e econômico. Até para quem compra o pay-per-view esse horário é ruim, o jogo acaba quase à meia-noite. O povo que gosta de ir ao campo sofre. Deveria protestar mais vezes.”

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Zenit, da Rússia, deveria ser banido do futebol

Quem sou eu pra julgar ou dizer qual deve ser o destino de alguém (lembrei agora de Vida Loka II, do Racionais, “o promotor é só um homem, Deus é o juiz”), mas estou livre para emitir minha opinião. Então repito: o Zenit, time de São Petesburgo, atual campeão da Copa da UEFA, deveria ser banido do futebol! Para o bem do próprio futebol e da sociedade.

Explico: o conselho de torcedores do clube, em reunião, decidiu que não seriam mais vendidos pacotes de ingressos para mulheres irem ao Petrovsky, estádio em que a equipe manda seus jogos.

Esses torcedores dizem que não conseguem se concentrar no jogo quando veem mulheres bonitas nas arquibancadas. Dizem também que a restrição é só para as mulheres mais jovens.

Puro preconceito e discriminação. Que o futebol em todo o mundo é extremamente machista, refletindo a própria sociedade em geral, todo mundo sabe. Mas essa do Zenit é demais.

Mas não impressiona pelo histórico dessa torcida e do próprio clube.

Na Copa da UEFA, temporada 2007-2008, na qual o Zenit foi campeão, o clube se notabilizou pelo racismo de seus torcedores, que era apoiado por dirigentes e até jogadores e comissão técnica.

Em um jogo contra o francês Olympique, em São Petesburgo, a torcida promoveu durante a partida atos de racismo vergonhosos contra os jogadores negros do adversário.

O técnico holandês Dick Advocaat disse à época que não gostaria de ter atletas negros na sua equipe, pois os torcedores não aceitariam.

Depois desses episódios, o clube lançou um projeto que teria o objetivo de combater a discriminação e o racismo. Pura falácia e demagogia.

Se a UEFA, ou qualquer outra federação, não tomar uma atitude enérgica contra esse clube, só vai fortalecer o preconceito no futebol.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Enquanto isso, pelo Rio da Prata...

Matéria desta quinta-feira, assinada por Marina Guimarães e Almir Leite, veiculada no jornal O Estado de S. Paulo:

Argentina adota cadastro para tentar conter os ‘barra bravas’

A partir de 2010, todo torcedor que quiser ir a um estádio terá de portar um cartão magnético que o identificará

Quatro milhões de torcedores cadastrados. Esse é o ambicioso plano da Associação de Futebol Argentino (AFA), em mais uma tentativa de controlar a violência que se tornou parte integrante do futebol do país. O objetivo é adotar, a partir do próximo ano, um moderno sistema de identificação que permita à entidade, e principalmente à polícia, saber quem vai ao estádio e localizar a pessoa com rapidez, se necessário. O alvo são os “barra bravas”, os violentos torcedores que a cada rodada protagonizam cenas de selvageria em vários cantos do país.

O projeto vai consumir pelo menos US$ 23 milhões (R$ 54,8 milhões). Na previsão está incluído o custo das obras necessárias nos estádios para se adequar ao sistema.

O controle proposto pela AFA será por meio de cartões de identificação com microchip de alta segurança, como os utilizados na confecção dos passaportes do Vaticano. Terá nome, foto, número de um documento de identidade e a impressão digital do torcedor. Sua apresentação será obrigatória ao comprar o ingresso. A entidade garante que não haverá venda para quem não possuir o cartão. Também promete que o acesso dos torcedores ao interior dos estádios se dará somente por meio dos cartões e dos bilhetes magnéticos e que será criado um sistema que evite aglomerações ao redor das catracas.

O presidente da AFA, Julio Grondona, disse que a medida visa a afastar os “barras bravas” dos campos de futebol, “para que as famílias voltem aos estádios”. Entende que, dessa vez, a iniciativa terá sucesso. No entanto, medidas anteriores, também consideradas radicais, como a realização de jogos com a presença de uma só torcida - no caso do clássico Boca Juniores e River Plate, por exemplo, só a torcida do Boca entrava em La Bombonera e a do River no Monumental de Nuñez - e a suspensão de partidas, fracassaram.

Isso porque, na Argentina, as violentas brigas não se limitam ao interior dos estádios. As sessões de pancadaria também ocorrem do lado de fora e até em locais distantes, como estradas. A consequência é que só em 2008 foram registradas mais de 20 mortes de torcedores.

Além disso, existe uma relação estreita entre muitos dirigentes de clubes e os “barra bravas”. Dessa forma, suspeitas de extorsão, coação e associações ilegais se tornaram comuns.

São corriqueiros os encontros de “torcedores” com técnicos, jogadores e dirigentes. Bem como atos de vandalismo, como o de 26 de janeiro passado, quando 40 “simpatizantes” do Newell’s Old Boys, descontentes com a quantidade de ingressos gratuitos que lhes foi destinada, simplesmente depredaram a sede do clube. Grondona já admitiu há algum tempo que todas as medidas adotadas para tentar conter a violência deram em nada.

“Nem as câmeras, nem os ingressos magnéticos, nem os caros sistemas de segurança que pagamos funcionaram. Nada foi suficiente”, reconheceu em dezembro de 2007, quando assinou o convênio com a Universidade Tecnológica Nacional (UTN) para o desenvolvimento do projeto para identificar o torcedor ao entrar no estádio, que pretende implementar agora.

O Comitê Executivo da AFA já deu sinal verde para a assinatura do contrato que colocará em andamento o Padrão Único de Identificação de Aficionado (Puia). O contrato será assinado na próxima semana entre a entidade e várias empresas que se associaram à iniciativa.

De acordo com o diretor de operações do projeto, Jorge Fraga, a medida entrará em vigor para os jogos da Primeira Divisão em 2010 e logo se estenderá aos estádios de Córdoba, Mendoza, Mar del Plata. No final de maio, será realizada uma prova piloto em Lanús. “Até o fim do ano, todos os estádios da Primeira Divisão de todo o país terão sido modificados”, disse.

Para realizar o que os argentinos estão chamando de “recenseamento”, a Associação de Futebol colocará centros específicos nos 20 clubes de primeira e em 127 ligas do interior. A medida afeta qualquer pessoa que deseja entrar em um estádio de futebol argentino, incluindo jornalistas. Mas não foram divulgados ainda alguns detalhes. Entre eles, por exemplo, sobre como será o acesso ao estádio de estrangeiros que visitam o país e querem assistir a um jogo entre clubes ou mesmo da seleção argentina.

Legislação específica para conter a violência no futebol está mais próxima

O texto abaixo é de um Informe do PT e traz uma boa notícia para quem, como nós, luta por uma lei que previna e puna a violência em estádios. Pode ser lido também aqui.


"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai enviar para o Congresso Nacional no dia 10 de março um projeto de lei que pune torcedores baderneiros e juízes que manipulam resultados em jogos de futebol. O ministro do Esporte, Orlando Silva, detalhou nesta semana o novo pacote para a moralização do futebol. A intenção é que as novas regras entrem em vigor durante o Campeonato Brasileiro. “O projeto consiste em três ações básicas para punir quem usa o futebol para fazer baderna”, disse o ministro do Esporte.

A primeira medida prevê punição penal para vários atos que atualmente não estão previstos no Código Penal. “Por exemplo: hoje, se a polícia para um ônibus e dentro dele há 50 torcedores munidos de pedras, bastões de ferro e paus, ela nada pode fazer, porque eles não estão brigando. Agora, isso vai acabar. Vamos banir esses maus elementos”, assegurou o ministro.

Orlando Silva disse que os árbitros de futebol que manipularem resultados também responderão na Justiça comum especificamente sobre o crime de manipulação de jogos. Esse tipo de crime também não está previsto no Código Penal em vigor.

De acordo com a proposta, será feito um cadastro de todas as torcidas organizadas e até de torcedores que forem aos estádios. O censo será realizado em conjunto com o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Regional de Procuradores Gerais e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A parceria prevê ainda a criação de um laudo padronizado para avaliar as condições técnicas dos estádios de futebol do Brasil.

Outra medida prevista no texto é a criação da Secretaria Nacional do Futebol. O novo órgão será ligado diretamente ao Ministério do Esporte e o titular da pasta terá acesso livre ao ministro. “Todo o assunto sobre futebol será avaliado por essa secretaria. Atualmente, tudo fica muito solto. Não há uma órgão responsável que cuide só do futebol e, no Brasil, já passou do tempo de termos um”, disse Orlando Silva.

O deputado Gilmar Machado (PT-MG), que relatou o Estatuto do Torcedor na Câmara, elogiou as medidas anunciadas por Orlando Silva. Ele lembrou, no entanto, que a punição de torcedores arruaceiros já está prevista no Estatuto do Torcedor. “O texto já prevê uma séria de punições. O que é preciso é aplicar o Estatuto. Tem que por para funcionar. Se a polícia botar para funcionar, o Estatuto do Torcedor acontece. O que não dá é para continuar do jeito que está”, disse.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) também defendeu as medidas. “Esse é um assunto que nós vamos ter que tratar. Em Minas Gerais, mataram um torcedor no último jogo do Cruzeiro e do Atlético com um tiro no pescoço. Na Europa, só conseguiram conter a violência nos estádios quando a responsabilidade passou a ir também para o clube de futebol. Quando a torcida comete algum delito, o clube também passou a ser penalizado”, afirmou."

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Uma semana de campanha

Completamos uma semana da campanha “Paz nos estádios – Blogueiros Unidos em Busca de Justiça”, realizada por esta Casa do Torcedor e pelo Terreiro do Galo.

Apresento abaixo os blogs ou sites que já aderiram e/ou falaram sobre a campanha. É interessante notar a presença de blogs de torcidas de diferentes times, inclusive arqui-rivais. Esse é o espírito que queremos.

A repercussão já é grande e tende a crescer. Vamos continuar todos trabalhando para fazer barulho em torno dessa causa.

Muito obrigado a todos.

(Só lembrando que, para nosso controle, todos que forem aderir devem enviar um e-mail para paznosestadios@gmail.com).

Rivelle Nunes
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Paz nos estádios: o exemplo da Inglaterra

O problema da violência no futebol não é exclusividade brasileira, haja vista o que aconteceu no último fim de semana na Nigéria. Mas há alguns países que já sofreram até mais do que nós com brigas entre torcidas e mortes em estádios e conseguiram superar o desafio de devolver a tranquilidade aos amantes do esporte.

O caso mais emblemático de solução da violência ocorreu na Inglaterra no final do século XX. Vale relembrar o que aconteceu, principalmente para tomarmos como referência para o Brasil.

Mas antes de serem tomadas medidas aqui, é importante que se entenda a relação histórica do futebol com o povo brasileiro, e nossas diferenças em relação aos outros países. Nem sempre o exemplo de fora se encaixa perfeitamente em nosso país.

O Relatório Taylor
Hoje quando assistimos ao campeonato inglês nos surpreendemos com a presença maciça de torcedores em todos os jogos e a ausência de alambrados para separar a torcida do campo. Mas nem sempre foi assim na “terra da rainha”, que já sofreu muito com ação de hooligans. Uma verdadeira revolução no futebol inglês começou com o – nem tão famoso como deveria ser – Relatório Taylor.

O documento é de autoria do juiz Peter Taylor, responsável pelo inquérito da tragédia de Hillsborough, quando 95 torcedores do Liverpool morreram esmagados em um jogo da Copa da Inglaterra contra o Nottingham Forest em Sheffield, em abril de 1989.

Na ocasião, milhares de torcedores do Liverpool sem ingresso se aglomeraram em uma das entradas do estádio. A polícia abriu o portão e todos esses torcedores tentaram entrar. Como a arena já estava lotada, quem entrava pressionava os outros contra o alambrado. Os policiais não permitiram imediatamente a invasão do campo, única medida que poderia ter evitado as mortes.

Assim, uma das primeiras sugestões do Relatório Taylor foi eliminar dos estádios os alambrados. Viram que é melhor um torcedor invadir o gramado do que dezenas morrerem esmagados.

Outra sugestão foi a numeração de todos os assentos de todos os estádios. Quem não cumprisse a norma perderia mando de campo por 4 anos.

Dentre as 76 recomendações, o relatório também previu a criação de artigos específicos na lei para punir vândalos e uma maior abragência das operações policiais para dias de jogos.

Enfim, Peter Taylor percebeu que era preciso atuar sob uma legislação adequada, que responsabilizasse não só torcedores infratores, mas clubes, policiais, federações e autoridades políticas. Foi, assim, talvez o principal responsável por uma verdadeira revolução no futebol inglês.

O Football Act
As recomendações de Taylor contribuíram para uma queda significativa dos índices de violência no futebol, mas não erradicou o problema. Por isso, as autoridades do país não deixaram de endurecer a legislação contra vândalos e brigões.

O chamado Football Act foi aprovado em 2000 e traz novas medidas contra a violência.

Um torcedor preso por criar confusão em uma partida de futebol, por exemplo, pode ser impedido de voltar aos estádios por até dez anos, mesmo sem antecedentes criminais. Os torcedores impedidos de comparecer aos estádios ingleses devem se apresentar à justiça 24 horas antes dos jogos e também são proibidos de deixar o país.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Mais adesões à campanha “Paz nos estádios – Blogueiros unidos em Busca de Justiça”

Apresento abaixo a atualização das adesões a nossa campanha por uma lei específica que previna e puna a violência nos estádios de futebol.

Como publiquei neste post, nos últimos 12 anos, foram 43 mortes no país ocasionadas por brigas entre torcidas ou entre torcedores e policiais. E 25 só no Estado de São Paulo.

É urgente, portanto, a aprovação de um marco legal que possa evitar novas mortes e novos feridos.

Vamos nos unir pela paz!

Blogs que aderiram:

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Brasilyonnais
CM O1/02 no Orkut
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São-Paulina RP
Maníacos do Futebol
Vascão Minha Paixão

Veja notícia sobre a campanha no Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro.




Violência no futebol: confronto entre torcidas mata 12 na Nigéria

Um conflito armado entre torcidas organizadas deixou 12 mortos no sul da Nigéria nos últimos dias.

O estopim da tragédia ocorreu na sexta-feira, quando um torcedor do Ocean Boys foi assassinado a tiros na cidade de Yenagoa.

No mesmo dia, para revidar a morte, um grupo de torcedores do Ocean Boys invadiu uma boate e trocou tiros com rivais do Bayelsa United, que teve um torcedor alvejado e morto.

No sábado, mais confrontos. Um ônibus que transportava torcedores do Ocean Boys foi atingido por tiros. Dez pessoas morreram e outras sete ficaram feridas.

E ninguém foi preso ainda. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência. Problemas parecidos, causas parecidas.

Veja mais aqui, em notícia de um jornal local.

Números de uma tragédia social

O Esporte Espetacular do último domingo exibiu uma reportagem sobre a violência no futebol.

A socióloga Heloisa Reis foi uma das entrevistadas. A professora, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas de Futebol da Unicamp, revelou os dados de uma verdadeira tragédia social. Veja o número de vítimas fatais em guerras entre torcidas e entre torcedores e policiais:

Nos últimos 12 anos a gente pôde computar, só no Estado de São Paulo, 25 mortes, de torcedores que brigaram entre si ou contra a polícia. E no Brasil foram 43 mortes. É um índice altíssimo se comparado tanto com a América do Sul como com a Europa. Você tem no mesmo período, ou em um período maior, de 42 anos, a Holanda com apenas duas mortes e Espanha com apenas cinco mortes”, disse Heloisa Reis.

Vale a pena conferir a reportagem completa aqui.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Paz nos estádios: o início da campanha

Já se passaram dois dias do lançamento da campanha “Paz nos Estádios – Blogueiros Unidos em Busca de Justiça” e fico me perguntando: o saldo por enquanto é positivo?

Até a noite desta sexta, 12 blogs já acompanham a Casa do Torcedor e o Terreiro do Galo nessa mobilização. Há ainda não-blogueiros que apoiam a campanha como podem, uns pelo twitter, outros por meio de mensagens para nós.

Era difícil prever qual seria o número de adesões após esse tempo, mas tenho certeza que a causa é compartilhada por muito mais gente.

Até por que mesmo os que não estão totalmente de acordo com o objetivo da nossa campanha - pedir uma legislação específica para prevenir e punir com rigor a violência nos estádios, sem distinção de torcedores, policiais ou até dirigentes irresponsáveis -, estão convidados a participar da discussão e juntos formarmos uma proposta unificada que possa ao menos diminuir os tristes casos de brigas e mortes no futebol.

Então arrisco a dizer que muitos dos que conheceram a campanha acham que ela não terá efeito nenhum, ainda mais por tratar de um problema já antigo, mas que nunca foi resolvido.

Estes negam o poder que temos de transformar a sociedade. Negam, assim, a própria condição de cidadãos.

Apesar de ser dominada por grandes corporações, como é a televisão, o rádio e a mídia impressa, a Internet diferencia-se destas outras ao permitir que pessoas que não compactuem com o ideário difundido pelo sistema propaguem seus pensamentos e se unam a favor de suas causas.

E com a importância crescente dos blogs e novas mídias digitais, é possível sim exercer pressão sobre autoridades para que façam o que delas se espera: governar ou legislar em prol do bem da coletividade.

Continuamos esperando mais adesões. Quanto mais blogs participarem e contribuírem com idéias, mais força teremos para pressionar por essa legislação específica sobre a violência no futebol.
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Blogs que já aderiram (muito obrigado a todos eles, juntos conseguiremos nosso objetivo)

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A campanha já foi notícia da edição online do Jornal dos Sports. Veja aqui.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Casa do Torcedor e Terreiro do Galo lançam a Campanha “Paz nos Estádios - Blogueiros unidos em busca de Justiça”


Um atleticano baleado em um ponto de ônibus em Belo Horizonte. Mais de 40 corintianos feridos em um confronto com a Polícia Militar no Morumbi. Brigas e tiroteio entre flamenguistas, botafoguenses e policiais nas proximidades do Maracanã. E outras confusões em estádios de futebol por todo o país.

Esse foi o saldo de um domingo que não pode ser esquecido na história do futebol brasileiro. Apesar de terem chocado todos nós, esses acontecimentos são, infelizmente, comuns.

Quando o jovem Márcio Gasparim, de 16 anos, foi morto a pauladas em uma verdadeira batalha campal no Pacaembu em 1995, já esperávamos que fossem tomadas atitudes que diminuíssem a violência nos estádios. Não foram.

As confusões em estádios ou fora deles não cessaram. E a cada uma, fazemos uma pergunta que explica por que elas acontecem: Por que ninguém é punido? Nem torcedores vândalos, nem policiais truculentos e, muito menos, cartolas que incitam a violência inflamando as torcidas, são punidos.

A experiência do passado nos torna céticos quanto às atitudes que as autoridades devem tomar. Mas isso não deve impedir nossa mobilização em busca da paz nos estádios.

A Casa do Torcedor e o blog Terreiro do Galo, então, acabam de lançar a Campanha “Paz nos Estádios – Blogueiros Unidos em Busca de JustiçaQueremos com ela unir blogs, jornalistas e demais pessoas que têm o mesmo ideal.

Nosso objetivo é pressionar as autoridades a aprovarem uma legislação específica que previna e puna a violência nos estádios e seus arredores. Uma lei que puna com rigor os responsáveis por atos de violência no futebol, sejam eles torcedores, policiais ou até dirigentes que incitem a barbárie.

Temos certeza que um dispositivo legal construído a partir da ampla discussão entre todas as pessoas que estejam ligadas de alguma maneira ao futebol é a melhor maneira de diminuir a violência no esporte e, assim, devolver ao torcedor a certeza de voltar são e salvo para casa após o simples ato de ver seu time jogar.

Faça parte dessa campanha! Clique na imagem e capture o banner. Pedimos a todos que aderirem a essa mobilização que enviem um e-mail para paznosestadios@gmail.com, dando-nos o nome e link para o seu blog. Quanto mais blogueiros se unirem nesta nobre causa, mais força teremos para exigir uma resposta dos responsáveis pela segurança do torcedor brasileiro. Ainda, a utilização deste texto para apresentar o projeto aos seus leitores poderá ser uma ótima estratégia para melhor informá-los da campanha.

Faça parte dessa grande corrente, independentemente das cores que seu clube veste. Contamos com a participação de todos os blogueiros apaixonados pelo futebol e, principalmente, apaixonados pela vida.


Atenciosamente,

Arnaldo Gonçalves – Casa do Torcedor
Christian Munaier – Terreiro do Galo
Arte: FredKONG

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Blogs que já aderiram:

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Tricolor Querido
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Catilangarias
Galo Forte
Plano Tático
Touchdown
Blog do Santa Mônica FC
Blog Palestrino
Anarcorinthians
O Blog do Futebol
Blog do Torcedor do Corinthians - Globoesporte.com
Flogão Herrera FC
Preto no Branco
Blog do Torcedor do Coritiba - Globoesporte.com
Respirando Futebol
Camisa Número 10
Galoucura
Armando a Jogada
Futeblog em Sena
Futebol é Freud
Blog do Joca
Síndrome da Bola
Diário de um Louco
Nosso Futebol
Futebol no Maracanã
ídolos são eternos
Meio de Campo
Blog do Tavares
Abre Aspas

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Muito além dos 10%...


ten.são
sf (lat tensione) 1 Estado ou qualidade de tenso; sf pl Sociol Termo empregado para designar as oposições internas, manifestas ou latentes em uma realidade humana.

Busquei outras formas sintéticas de expressão, mas creio que a melhor palavra para descrever o último dia 15 de fevereiro de 2009, foi essa. Nesses dois sentidos particulares.

Claro que não falo do tradicional almoço de domingo na casa dos avós, nos quais vez ou outra ocorrem algumas discussões acaloradas, sobre os mais variados assuntos. Falo, sim, do evento que me fez dormir poucas horas na noite anterior, sensibilizado por essa “tensão”, abdicar da companhia da família, da boa comida, e partir desde cedo para a quadra, no Bom Retiro, de onde a fração majoritária dos Gaviões da Fiel rumaria em direção ao Morumbi.

O clássico entre Corinthians e São Paulo, marcado pela irresponsabilidade e incongruência de atos entre diretorias das duas partes, acirrado por grande parte da imprensa da área, tinha tudo para não terminar da maneira como o esporte foi concebido.

Como todo o contexto, desde a porcentagem limitada de ingressos aos visitantes até as quatro dezenas de feridos (fisicamente) ao fim do jogo, já é sabido, e o blog se propõe à discussão e ao debate das condições vividas pelos torcedores nos estádios nacionais, vou me ater a compartilhar a minha experiência particular na “caravana dentro da própria cidade”.

É assim que alguns dos integrantes descreveram a trajetória até o “Panetonne”, “Morumbicha”, ou “Gaiola das Loucas”. A partir do meio-dia, a movimentação no ninho era grande. Em meio à montagem de um telão para os que não assistiriam ao duelo in loco, um surdo, uma caixa e um repique, com duas bandeiras em seus bambus, proibidos por lei estadual de entrarem nos estádios, já animavam o povo. Mas no ar, o clima também era condicionado por
nervosismo, temor, raiva, ânsia.... tensão, mesmo, isso sim.

Antes de todos se deslocarem aos ônibus, algumas palavras de Herbert, presidente dos Gaviões, no palco, acompanhado por algumas lideranças de bairros e das sub-sedes da organizada. Em resumo, um pedido para que a hierarquia fosse respeitada.

- “Seremos escoltados pela polícia e, no caminho, se trombar um bambi, dois, nem olhem. Não ataquem lata, rojão, pedra, não subam nos ônibus ou depedrem, porque é prejuízo para o Gaviões. E eu tenho certeza: se eles vieram em massa, vão olhar e correr”.

Eufórica, a massa do lado de cá cantava, enquanto um último anúncio fora dado: sobravam ingressos de arquibancada superior, os mais em conta, ao valor de R$ 40,00, destinados pela cúpula corinthiana exclusivamente às torcidas organizadas.

Nos ônibus, nos quais adentravam apenas os portadores do bilhete premiado, que, surpreendentemente se mostrou ofertado no fim das contas, o aguardo da saída. Eram cerca de 13h40 quando os cerca de 60 veículos, entre ônibus, vans e carros, ligaram os motores.

No trajeto, o ponto positivo, para não dizer obrigatório, de todo o ambiente: da Cristina Thomas até a Giovanni Gronchi, passando por toda a Marginal Tietê, e percorrendo ruas internas, tudo monitorado, com motos da PM paralisando algumas vias da movimentada rodovia paulistana, nenhum incidente. Em meio à “tensão”, tudo zerado até o desembarque, algumas centenas de metros antes do portão pelo qual entraríamos.

Ponto negativo número um: eram quase 15h30, quando estávamos em frente da entrada, barrada pelo policiamento. Após um inchaço da fila, a mistura com os materiais de percussão da Camisa 12, outra uniformizada corinthiana, e um empurra-empurra, aos poucos, fomos liberados para subir a rampa de acesso às... catracas. Aí vem outro grande revés da administração e da organização do jogo.

Os ingressos confeccionados eram de papel, ou material semelhante, facilmente dobrável e rasgável. Rasgável! Pois foi assim que se deu a passagem para a parte interna do Morumbi.

- “E o meu comprovante de pagamento”, questionei uma das moças que estavam desempenhando o simples ato de dar um pequeno pique no ingresso e liberando a catraca aos torcedores.

- “É o próprio papel. Pode levar”, respondeu com uma naturalidade que mancharia todas as linhas do Estatuto do Torcedor.

É isso. Um papel, que contava com um código de barras possivelmente diferente um do outro e deveria ser lido por intermédio de algum sensor óptico na catraca, fora manipulado. No sentido literal.

- “(Risos) Custou barato esse meu ingresso: Um real! Só o preço do xerox colorido!”, ironizou um torcedor, que vislumbrou as confusões e os problemas (e facilidades) que encontraria na hora, e procedeu com a cópia na véspera, no sábado.

No caminho às arquibancadas, as marcas da massa corrida corrida. A parede cimentada, levantada em cima da hora, indubitavelmente, para afastar visual e fisicamente são-paulinos dos rivais. Quanto ao estado dos banheiros e a falta (ou nulidade) de opções de alimentação, lamentavelmente, nenhuma novidade. Tudo como sempre foi nos clássicos para os que vêm de fora ao Morumbi.

Acelerando o já longo relato, e sobrepondo outras obviedades, como a ausência de cadeiras numeradas (algo que, particularmente, não me atingiu ou incomoda, por preferir assistir aos jogos em pé, independentemente da numeração apresentada no “pedaço de papel rasgado”), fim de jogo, 1 a 1, empate suado buscado pelo Corinthians. Todos embora? Sim, mas somente após a saída completa da torcida adversária, o que se deu lá pelas 18h45...

Uma linha de policiais foi formada em frente à única saída da arquibancada, inviabilizando a evacuação mais rápida e desejada pela massa. As luzes apagadas, ainda com a presença de pessoas no estádio, e o princípio de chuva, claramente, não iriam amenizar o calor com que se deu a partida. Começa mais um empurra-empurra, mas finalizado logo, com gritos e palavras de ordem. Até porque na sequência estávamos, enfim, liberados.

Passos naturalmente mais apressados e longos. Entre a confusão consumada que afetou os cerca de 40 torcedores lesionados e a primeira leva, que sentiu de perto a primeira bomba, supostamente partida do estacionamento tricolor, estava eu posicionado. Ouvi um estrondo, o voo de uma espécie de placa em direção aos carros dos frequentadores do clube, e acelerei o passo, vazando cerca de seis policiais que iam em direção à arquibancada, no contra-fluxo.

Desci a rampa escorregadia por conta da chuva, já em maior intensidade, de modo mais apressado, para deixar o local e regressar em direção aos ônibus da caravana. De lá, já fora do estádio, um outro corre-corre, com a cavalaria da PM vindo em direção dos torcedores corinthianos – a razão, óbvio, não fazia sentido ou importava naquele momento.

Só ouvi, portanto, os outros três estouros, de bomba, que ocorriam simultaneamente do lado de dentro, e que feriu aquelas pessoas. Vi, sim, o claro despreparo de muitos policiais com suas armaduras e cavalos, batendo e rebatendo o que ou quem estivesse pela frente. E vi, também, sem minimizar ou relevar a responsabilidade, a predisposição de muitos do meu lado a inflamarem ainda mais o confronto.

Presencialmente, vi poucos companheiros de camisa machucados – alguns caminhavam com dificuldade, outros com a ajuda de algum parceiro, mas nenhuma fratura explícita e emergencial. O que, claramente, acontecia naquele momento, em outros pontos.

Seguro, de dentro de um dos ônibus para a volta, muito tempo de espera e a palavra tensão, que estava apenas no imaginário e se mostrou real por instantes, voltou a causar aquela impressão de nervosismo, temor, raiva, ânsia, anteriormente substituídas.

No caminho de volta, o ok para a PM volta à tona. Mas não a possibilidade que esteve sempre iminente de haver um novo atrito, desta vez com os torcedores que vestiam camisas de organizadas são-paulinas. Nada se consumou, porém.

No fim da Marginal, já no cruzamento com a Favela do Gato, ali no Bom Retiro, a chegada dos que, entre feridos e feridos, sobreviveram. Eram aproximadamente 21h15, horas repletas de um esgotamento mais psicológico do que propriamente físico. E a mostra da percepção de uma outra realidade: inúmeras chamadas perdidas de amigos, familiares, receosos e com a visão midiática do que acontecia lá no Cícero Pompeu de Toledo e arredores.

“A cada vez que aparecia um gavião enfaixado, carregado, aqui no centro médico, imaginava que era você”, relatou uma amiga, que fazia a cobertura do derby para um site especializado do São Paulo.

50%, 40%, 30%, 20%, 10%... Falta pouco para chegarmos à estaca zero de uma temática tratada de maneira rasa, simplória, que procura um ou outro culpado e não busca compreender o fenômeno de massa em estádios como um reflexo dos acontecimentos histórico-sociais.

Me senti na obrigação profissional de fazer parte daquele momento, até por imaginar que situações parecidas pudessem ocorrer, não apenas para tentar traduzi-lo em palavras aqui. Mas para a minha formação como pessoa, apenas com a lamentação de causar TENSÃO em pessoas queridas mais próximas de mim.

Bruno Camarão é jornalista, sócio da Gaviões da Fiel e um dos integrantes do projeto Casa do Torcedor

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Diretorias de rivais não mostram empenho para que cenas de domingo não se repitam

Eles poderiam se unir e estudar maneiras de como realizar clássicos pacíficos, ou ao menos cobrar mais preparo da Polícia Militar quando esta tem de lidar com multidões. Mas preferem continuar em um jogo infantil de rivais, ou melhor, inimigos.

Estou falando das diretorias de São Paulo e Corinthians que, um dia depois dos incidentes no Morumbi, só querem saber de culpar um ao outro pelo ocorrido.

No site oficial do São Paulo, sempre com atualizações rápidas, a única notícia sobre a confusão mostra imagens da depredação de alguns pontos do estádio e chama os torcedores rivais de vândalos. Veja aqui.

Já a diretoria do Corinthians, na manhã desta segunda, divulgou uma nota oficial em que praticamente exime a PM de culpa e a transfere totalmente para o clube rival.


“Nota Oficial
Por Sport Club Corinthians Paulista
16/02/09 - 11h39
A Diretoria do Corinthians lamenta os incidentes ocorridos ao término do jogo de domingo último, no Morumbi. Apesar do comportamento exemplar da nossa torcida e do empenho da Polícia Militar, bombas caseiras lançadas do estacionamento privativo dos sócios do São Paulo detonaram um processo de pânico, agravado pelo clima de animosidade, criado pela decisão equivocada do adversário de limitar nosso acesso ao Morumbi.
Pior: a obra ora em execução na área de vazão da torcida visitante produz um afunilamento de torcedores na saída que desafia o bom senso e a prioridade que deveria ser atribuída à segurança dos clientes daquele estádio.
Confiantes de que o Ministério Público saberá impor condições civilizadas de acesso e saída no Morumbi, o Corinthians se solidariza com seus torcedores vitimados, verdadeiros mártires da arrogância e incompetência de adversários que nos tratam como inimigos.”


Se quem tem poder de decisão age dessa maneira, dando esse show de demagogia, vai ser difícil colocar um fim na violência nos estádios.

Em breve, a Casa do Torcedor traz mais informações sobre a confusão no clássico.

Imagens da confusão no Morumbi

Estas são imagens de um cinegrafista amador, cedidas pela ESPN Brasil à Globo.com, que mostram cenas de como o torcedor é tratado no Brasil, principalmente pela Polícia Militar. Parece um campo de batalha devastado, mas é só um estádio de futebol.

http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM966583-7824-TORCEDORES+DO+CORINTHIANS+SE+ENVOLVEM+EM+CONFUSAO+AO+FIM+DO+JOGO+COM+O+SAO+PAULO,00.html


Após o empate entre São Paulo e Corinthians, uma confusão entre torcedores alvinegros e policiais deixou 42 feridos. Os dois mais graves tiveram fratura exposta.

Torcedores disseram que o tumulto começou quando a PM atirou bombas de efeito moral devido à correria de corintianos, mas por causa da chuva.

Em entrevista, o Tenente-coronel Hervando Luiz Velozo, comandante do Segundo Batalhão de Choque, afirmou que a bomba que deu início à confusão foi atirada do Portão 15, e não por eles.

Mais informações em breve aqui na Casa do Torcedor.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Torcedor atleticano morre antes do clássico

Até quando vai ser assim?

Lucas Batista Marcelino, de 20 anos, saiu de sua casa para acompanhar Cruzeiro e Atlético-MG no Mineirão. Não voltou.

O torcedor atleticano estava junto com colegas em um ponto de ônibus situado na Avenida Silviano Brandão, na zona leste de Belo Horizonte, quando foi alvejado.

Um menor de 16 anos também foi atingido. Os dois foram levados ao Hospital Pronto Socorro João XXIII. O menor passa bem, mas Lucas não resistiu e morreu.

Segundo testemunhas, os disparos vieram de uma moto em que estavam dois torcedores que trajavam camisas de uma organizada do Cruzeiro.

Situação parecida já ocorreu neste ano em Recife. Depois do jogo entre Náutico e Santa Cruz, o torcedor alvirrubro Geovane Tavares de Lima foi baleado na perna em um ponto de ônibus. Felizmente, resistiu e passa bem. Relembre aqui.

E assim vai ficando mais difícil acompanhar dos estádios clássicos pelo Brasil.

O clássico dos 90 reais

Em campo, emoção digna de clássico. Futebol não, apesar dos dois belos gols que marcaram o empate por 1 a 1 entre um misto do São Paulo e o Corinthians na tarde deste domingo, no Morumbi.

Morumbi que teve o público de 33.991 pagantes. Muito pela circunstância, pouco para um clássico. Se bem que descaracterizaram esse “clássico”, não permitindo que as torcidas rivais dividissem a arquibancada, como deve ser.

Dos 6.800 ingressos destinados à torcida do Corinthians, 1.684 foram devolvidos. Também pudera: para o “torcedor comum” corintiano, era preciso pagar 90 reais para entrar no jogo.

Era melhor mesmo ter visto de casa. Como é sempre o melhor a fazer quando cobram preços absurdos como esse para um jogo de futebol. O melhor protesto nesses casos é não ir ao estádio e não dar dinheiro para essas diretorias elitistas. Lamentável!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sobre o cadastramento de organizadas

Assim como em São Paulo, o estado de Pernambuco também adota a medida de cadastramento das torcidas organizadas.

Agora, todos os membros das organizadas devem se cadastrar para receber uma carteira de identificação, que será solicitada na entrada dos estádios. Haverá ainda um local pré-determinado na arquibancada para eles.

A decisão foi de Aílton Alfredo, juiz coordenador do Juizado Especial do Torcedor de Pernambuco (Jetep). É o mesmo que havia declarado anteriormente que pretendia extinguir as uniformizadas do seu estado.

As diretorias das grandes torcidas de Recife (Inferno Coral, Gang da Ilha, Jovem e Fanáutico) aceitaram a proposta. Entrei em contato, por e-mail, com todas elas. Apenas a diretoria da Inferno Coral, do Santa Cruz, respondeu. Veja abaixo na íntegra:

“Com relação a esta atitude tomada pelo Exmo. Sr. Ailton Alfredo, de fazer uma reunião com dirigentes dos clubes para pedir um lugar reservado para as torcidas organizadas e o cadastramento dos nossos componentes, nós estamos de acordo. Não concordamos com a extinção das torcidas em Pernambuco, pois já tentaram fazer isso em outras cidades e não conseguiram, pois fora dos estádios quem deve fazer a segurança é o governo, tomando providencias cabíveis (CADEIA) sobre os marginais que se infiltram no nosso meio.Pois nós organizadores não somos culpados pelas violências que acontecem fora dos estádios. Até porque nós não podemos sair atrás de todos os bairros para reprimir a violência.Nós já estamos conseguindo diminuir o bastante as brigas que ocorriam dentro dos estádios relacionadas a galeras que estavam indo para se enfrentarem após terem brigados no dia anterior nos bailes funk`s.

Em São Paulo, já há esse cadastramento desde dezembro de 2006. Ainda em fase de implantação, faz parte de um Projeto Piloto baseado em relatório da Comissão de Paz no Esporte, do Ministério dos Esportes, em parceria com FPF, Ministério Público e PM.

Os integrantes das organizadas são fichados e isolados em espaço determinado nas arenas. Só entram se possuírem em mãos um cartão magnético com foto, números de RG e CPF. Eles ainda devem passar por uma catraca específica com “dispositivo identificador”, que detecte sua voz e impressão digital.

O Bruno Camarão, que faz parte do projeto “Casa do Torcedor”, fez um trabalho acadêmico no ano passado para a PUC-SP sobre o assunto. Os torcedores entrevistados, ao contrário das diretorias das organizadas, mostraram descontentamento com o assunto. Veja abaixo alguns depoimentos.

“Não é uma camisa que muda a índole de um torcedor. O rapaz não vai com camisa de organizada, mas vai com a camisa do clube e comete um ato criminoso. O que mudou? Nada. Ele tem sua culpa, particular. Não concordo com tal medida. Fora que é um preconceito jogado na cara do torcedor, que muitas vezes encontra na organizada um lugar aonde ele vai se divertir mais e apoiar seu time de uma forma diferente. Isso é como tratar um bandido, um animal”.
Opinião de Jairo Brito, integrante da Estopim da Fiel.

“Não vejo sentido em separar esses torcedores dos demais. É inviável. Até porque os estádios não oferecem suporte para isso. Nos jogos de lotação máxima, por exemplo, o torcedor não-organizado seria prejudicado”
Opinião de Émerson Favaro, palmeirense, “torcedor comum”.

“Por que no mesmo momento em que eu passar a catraca, a polícia já vai saber tudo da minha vida, possuindo até uma amostra da minha voz, e um outro torcedor, sem cadastro, que pagou no ingresso o mesmo valor que eu, vai ver o mesmo jogo, usar o mesmo banheiro, passa a catraca e fica no anonimato? Então, eu sou um torcedor problemático?”
Opinião de Ciro de Castilho, integrante da Gaviões da Fiel (foto)



E você, torcedor de organizada ou não, o que acha da medida?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Diretoria do São Paulo erra ao destinar apenas 10% dos ingressos para corintianos

Antes de justificar a afirmação contida no título acima, é importante dizer que a atitude tomada pela diretoria do São Paulo de disponibilizar só 10% dos ingressos do clássico entre São Paulo e Corinthians, no Morumbi, à torcida alvinegra não infringe o Estatuto do Torcedor ou qualquer outra norma do futebol brasileiro.

Mas nessa atitude polêmica de Juvenal Juvêncio há muito marketing e nenhum bom-senso.

Marketing porque, garanto, a imensa maioria dos são-paulinos adorou saber que seu time vai jogar contra o arqui-rival com torcida muito superior no estádio. No torcedor tricolor ainda há um sentimento de defesa do seu patrimônio, o Morumbi, que já foi chamado de salão de festas pelos corintianos.

Entre os tricolores, Juvenal Juvêncio deve estar com uma popularidade tão alta quanto a do corintiano Lula, mas este em todo o país que governa.

Só que a decisão do mandatário são-paulino esquenta ainda mais um clássico no qual os ânimos entre os torcedores rivais sempre estiveram acirradíssimos. Coloca, assim, em risco a segurança do torcedor que vai ao Morumbi, seja ele tricolor ao alvinegro.

Porque quem costuma ir a estádio para brigar, não perde a oportunidade de ir a um clássico cujo clima é de confusão, seja podendo comprar 6800 ou 61200 ingressos.

Fora isso, muito mais de 6800 corintianos vai querer ir ao jogo, o que tornará a confusão na venda dos ingressos praticamente certa.

Na história do futebol brasileiro, está presente a imagem de grandes jogos com torcidas dividindo os estádios ao meio e realizando duelos de gritos e cores nas arquibancadas. Sempre foi assim com Fla x Flu no Maracanã, Cruzeiro e Atlético-MG no Mineirão, Gre-Nal no Beira-Rio ou Olímpico e, é claro, São Paulo x Corinthians no Morumbi.

Não se muda do dia pra noite um aspecto da cultura desse esporte no país.

P.S: E é bom deixar claro: essa crítica vale para Palmeiras e Santos, que diversas vezes em que receberam rivais em suas arenas, limitaram o número de ingressos ao visitante.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

TJD/BA vai analisar possível superlotação do Barradão no Ba-Vi

Do site Justiça Desportiva:

“O último domingo, dia 8 de fevereiro, trouxe dores de cabeça para a equipe do Vitória e para o torcedor do Leão baiano depois da derrota diante do rival Bahia, por 2 a 0, pelo Campeonato Baiano. Mas os problemas podem não ter acabado com apenas o resultado negativo, já que uma confusão nas arquibancadas do estádio Barradão terminou com 32 pessoas feridas. O clube pode acabar denunciado pela Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD/BA) e pagar caro pelo incidente.
De acordo com o Procurador Dr. Milton Jordão, imagens da partida e do incidente serão requisitadas para que se possa averiguar melhor o fato e apontar possíveis responsáveis. O tumulto aconteceu na torcida organizada Os Imbatíveis, do Vitória. Segundo a Polícia Militar, o acidente foi provocado pelo empurra-empurra e agravado pela grande quantidade de pessoas no local.
“Estive no estádio, mas não presenciei o ocorrido. O que posso dizer é que me pareceu haver uma quantidade muito grande de torcedores no estádio, que visivelmente estavam desconfortáveis. Vamos analisar melhor as imagens, com tranqüilidade, para verificar os responsáveis pelo caso”, disse Dr. Milton Jordão.
Em caso de superlotação, o Vitória, mandante do jogo, pode acabar denunciado no artigo 211 (Deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), no qual pode ser punido com multa de R$ 1mil a R$ 10mil, além de correr o risco de ter o estádio interditado, quando for o caso, até a satisfação das exigências que constem da decisão.”


No clássico deste domingo, que terminou com triunfo do Bahia sobre o rival por 2 a 0, um tumulto iniciado na arquibancada terminou com pelo menos 50 feridos.

Algumas com ferimentos leves foram atendidas na UTI Móvel do estádio, enquanto outras com ferimentos mais graves, como fraturas, foram levadas para atendimento em locais próximos.

Ainda houve conflito entre as torcidas fora do estádio.

Pior foi a declaração do administrador do Barradão, Haroldo Tavares, que negou ter havido “confusão”. “Foi um acidente que poderia ter acontecido em qualquer outro lugar. Uma senhora de sapato alto foi descer a escada e ‘atropelou’, caiu por cima de alguns torcedores. Na tensão da partida, algumas pessoas pensaram que poderia ser uma confusão, se jogaram e assim, se lesionaram”, disse ao Globoesporte.com. Aí é brincadeira.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Confusão no Pacaembu; quem paga é o torcedor


Mais uma vez sobrou para o torcedor.

No jogo entre Corinthians e Portuguesa, no Pacaembu, quando a partida estava paralisada devido às fortes chuvas que caíam em São Paulo, o sistema de som do estádio anunciou que a partida estava cancelada e seria disputada no domingo, às 15h.

Mas o duelo, por exigência da Federação Paulista de Futebol, continuou depois que a chuva parou e as condições do gramado melhoraram. E Corinthians e Lusa ficaram no empate por 1 a 1. Só que muita gente que pagou ingresso não viu, pois deixou o estádio após o anúncio do cancelamento.

A administração do Pacaembu informa que anunciou o fim do jogo por determinação da arbitragem. Esta lava as mãos e diz que não decretou o fim do confronto.

Seja como for, os torcedores que deixaram o estádio precisam ser ressarcidos.

Estádios liberados para a Copa do Brasil

O site da CBF publicou na sexta-feira a situação dos Laudos Técnicos para a Copa do Brasil de 2009.

Todos os estádios já entregaram os laudos da PM, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária e estão regularizados para a competição.

Veja tabela aqui.

Acesso difícil ao Estádio de Los Larios, em Xerém

Propriedade do Tigres do Brasil, novo clube brasileiro que já disputa a primeira divisão do Campeonato Carioca, o estádio de Los Larios (foto) foi inaugurado oficialmente em janeiro deste ano. Situado no distrito de Xerém, em Duque de Caxias, a arena vem sendo alvo constante de críticas de torcedores que reclamam do acesso a ela.

Veja notícia publicada no Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, relatando as dificuldades pelas quais torcedores do Fluminense passaram na última quinta, quando a equipe das Laranjeiras foi derrotada por 3 a 2 pelo Duque de Caxias:

“Os torcedores que foram ao estádio de carro penaram, mas não tanto quanto os que foram de ônibus. O horário da partida, 18h45, não ajudou. O trânsito nas principais vias de acesso a Duque de Caxias era intenso, o que fez a viagem chegar a mais de duas horas até Xerém. Já na terra de Zeca Pagodinho, os tricolores tiveram que fazer uma longa caminhada de mais de quarenta minutos, por uma rua sem acostamento e sem calçada para pedestres, para chegar ao Los Larios.
O temporal que caiu durante o jogo só piorou a situação do que foram ao estádio. Isto porque a única via de acesso ao campo não tinha iluminação, o trânsito ficou parado e a lama invadiu a pista. Sem falar nos assaltos, frequentes na área. Ônibus ou vans, nem pensar. A única solução para retornar ao centro de Xerém era seguir a pé, enquanto os carros passavam a menos de um metro de distância, no escuro, ou pegar uma carona.
Definitivamente, o município de Duque de Caxias carece de estrutura naquela região. O acesso é ruim, há raríssimos meios de transporte e péssima iluminação. Se o torcedor não possui um veículo próprio, fica quase impossível chegar a Los Larios.”


Pelo que o texto relata, parece que os problemas são decorrentes principalmente da falta de infra-estrutura do município de Duque de Caxias, que não suporta receber torcedores da capital, embora em pequeno número (o público do jogo de quinta foi de 3.608 pagantes).

Entretanto, isso não isenta a Federação de Futebol do Rio, o Tigres e/ou outros clubes que mandarem jogos em Los Larios de culpa. Estes devem solicitar formalmente ao Poder Público que assegure ao torcedor transporte seguro e organizado ao estádio.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O problema da divisão de ingressos em clássicos

Lendo a Folha de S.Paulo desta sexta-feira, vejo a notícia de que o São Paulo disponibilizará apenas 10% da capacidade do Morumbi para a torcida do Corinthians no clássico entre as duas equipes, que será disputado no próximo dia 15.

A própria Folha diz, com razão, que a medida não fere o Estatuto do Torcedor. Mas o problema é outro.

Veja notícia publicada no site Bola Rolando, de Campinas, sobre a venda de ingressos para o dérbi entre Guarani e Ponte Preta, a ser disputado no Brinco de Ouro, estádio Bugrino. Para contextualizar, o clube mandante disponibilizou apenas 4 700 entradas para os torcedores da Macaca, enquanto ficou com 16 450.

“Com o fim dos ingressos no Moisés Lucarelli, os torcedores da Ponte que não querem perder o clássico de domingo, deram o famoso "jeitinho brasileiro"; O Bola Rolando recebeu a denúncia de que dezenas de torcedores da Macaca estão adquirindo ingressos destinados à torcida do Guarani, principalmente nos postos de venda pela cidade, como na Banca Teatro, na Rua Treze de Maio, e na loja Boleiros e Cia, localizada na Rua Ferreira Penteado. Neste último, a maioria dos ingressos vendidos estão indo parar na mão de pontepretanos.

A Federação Paulista não se pronunciou se os ingressos destinados aos bugrinos serão aceitos nas catracas da cabeceira visitante. Já a Polícia Militar teme que uma superlotação, como já ocorreu no Brinco, possa desencadear uma tragédia. Caso os ingressos não passem pela catraca, a situação pode se tornar ainda pior, com torcedores da Ponte se infiltrando na torcida bugrina, acendendo um verdadeiro barril de pólvora no Brinco de Ouro.”


Devido a esse problema com os ingressos e o próprio histórico dos últimos dérbis de Campinas, é bem provável, infelizmente, que ocorra conflitos entre as torcidas. Se isso acontecer (esperamos que não, é claro), que fique o exemplo para o São Paulo reaver sua decisão, usar do bom-senso e dividir com mais igualdade os ingressos no jogo diante do Corinthians.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Atualização

Conforme determinado pela Federação Paranaense de Futebol (ver post), Foz do Iguaçu, Cascavel e Cianorte enviaram na noite desta terça os laudos técnicos que faltavam para a liberação de seus estádios.

Pelo jeito, nenhuma punição por terem recebido jogos em situação irregular.

Nacional e Engenheiro Beltrão tem até dia 6 e 10 de fevereiro, respectivamente, para enviarem os laudos.

Terreiro do Galo

Agradeço a Christian Munaier, autor do Terreiro do Galo, blog do torcedor atleticano no Globoesporte.com, que indicou neste post uma visita à Casa do Torcedor.

O Christian ainda me enviou o link de uma postagem dele sobre um caso, infelizmente, comum de truculência policial em estádio de futebol. O caso relatado é do clássico Atlético-MG e Cruzeiro do segundo turno do Campeonato Brasileiro do ano passado.

Vale a pena conferir aqui.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Estádios sem laudos recebem jogos do Campeonato Paranaense

Cinco estádios do interior do Paraná ainda não apresentaram todos os laudos técnicos necessários (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária) à Federação Paranaense de Futebol (FPF). Mas o que é pior: todos eles, mesmo se dar ao torcedor garantia nenhuma de segurança e higiene, já receberam partidas do Campeonato Estadual de 2009.

São essas as arenas:

ABC, em Foz do Iguaçu
Albino Turbay, do Cianorte
Erick Georg, do Nacional de Rolândia
João Cavalcanti de Menezes, do Engenheiro Beltrão
Olímpico, do Cascavel (foto)



A Federação Paranaense, tentando encobrir o próprio erro, pois não poderia ter permitido a realização das partidas nesses estádios, publicou um ofício em seu site oficial dando um ultimato aos clubes.

Cascavel, Cianorte e Foz do Iguaçu devem enviar os laudos até às 19h30 desta terça-feira. O Nacional de Rolândia, até a noite do dia 6 deste mês. Quatro dias depois é o prazo final para a entrega dos laudos pelo Engenheiro Beltrão.

Veja aqui o ofício.

A FPF diz que se não cumprirem os prazos, os clubes perderão mando de campo nas próximas rodadas. Errado, pois eles já deveriam ter essa punição por terem recebido jogos sem os laudos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Brigas em Recife; problemas no 'Todos com a Nota'

O empate por 2 a 2 entre Náutico e Santa Cruz, disputado nos Aflitos no último domingo, não vai ficar marcado pelo futebol apresentado pelas duas equipes, mas pelas confusões e violência antes e após o duelo.

Depois do jogo, um torcedor alvirrubro de 18 anos, Geovane Tavares de Lima, foi baleado na perna quando aguardava ônibus. Segundo testemunhas, o disparo foi feito por um homem não identificado que passou pelo local em um Fiat, cuja placa não foi anotada. Geovane, que vestia a camisa do Náutico no momento do tiro, foi levado por um colega para o Hospital da Restauração e não sofre risco de morte.

No Estádio dos Aflitos, as confusões foram geradas principalmente por deficiências do Programa “Todos com a Nota”, do Governo de Pernambuco, e que subsidia a compra de ingressos.

Como o programa permite apenas que torcedores do time mandante entrem no estádio com ingresso mais barato, alguns torcedores do Santa Cruz adquiriram tíquetes da promoção e entraram pelas entradas dos alvirrubros.

De acordo com informações do Jornal do Commercio, de Recife, muitos tricolores foram agredidos e receberam cusparadas ao tentarem correr para o setor das arquibancadas respectivo à torcida coral.

Ao JC, o promotor Aguinaldo Fenelon, do Ministério Público de Pernambuco, disse que, caso o problema volte a acontecer, os clubes podem se reunir para mudarem o sistema. Uma sugestão é disponibilizar ingressos do “Todos com a Nota” também para a torcida visitante em clássicos.

Tragédia em estádio no Paraguai: pelo menos duas mortes

Parece que o descaso com torcedores não é característica exclusivamente brasileira. A exemplo da tragédia na Fonte Nova em novembro de 2007, parte da estrutura do Defensores del Chaco (foto), em Assunção, Paraguai, cedeu neste domingo durante a final de um torneio local.

O desabamento matou dois policias que trabalhavam no local, os suboficiais Silvino Benítez e Gonzalo González, do Grupamento de Segurança. Outros cinco ficaram feridos.

Segundo depoimentos de pessoas presentes, a estrutura de cimento de uma das entradas sobre a qual os policiais estavam parados rachou e se desfez em grossos pedaços.

O jogo entre Ovetense e Santaniana foi suspenso aos 40 minutos do primeiro tempo.

O presidente da Associação Paraguaia de Futebol (APF), Juan Ángel Napout, anunciou o fechamento temporário do Defensores del Chaco para submetê-lo a uma perícia. “Lamentamos esta tragédia e nos responsabilizamos absolutamente pela situação” afirmou Napout. Ele disse ainda que o estádio é submetido a periódicas revisões e manutenções exigidas pela Fifa.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Farra da Copa

Não discuto aqui se a realização da Copa de 2014 no Brasil será boa ou não para o país. Quando digo “farra” no título me refiro a uma possível proliferação de elefantes-brancos que teremos no nosso território nos próximos anos em virtude da realização do Mundial.

No último sábado, no programa Fora de Jogo, da ESPN Brasil, Paulo Vinícius Coelho, o PVC, deu a informação que se planeja a construção de um estádio de cerca de R$ 30 milhões na cidade de Várzea Grande-MT para abrigar treinamentos de seleções caso Cuiabá seja escolhida como uma das cidades-sede do torneio.

Se a Prefeitura de Várzea Grande e o Governo de Mato Grosso investirem em obras de infra-estrutura para a cidade, será deixado certamente um legado positivo para a vida do município. Agora, o que será feito após a Copa com um estádio desse porte em um estado que não tem equipes sequer na Série B do Campeonato Brasileiro?

A CBF está optando por fazer uma Copa que atinja todo o país (nessa linha já foi dito, por exemplo, que Pantanal e Amazônia terão cidades-sede). Entretanto, é preciso que haja desde já um trabalho de recuperação do futebol de certos municípios, como Brasília, Cuiabá ou Campo Grande e Manaus ou Belém para que o que for investido na construção de arenas possa de alguma forma ser revertido, depois de 2014, em benefícios para a população dessas localidades.

Reconhecimento

O blog Liberdade Digital colocou neste domingo um post sobre o projeto Casa do Torcedor.

Vale a pena conferir aqui o texto e ainda aproveitar para conhecer o blog, que tem a proposta de ser mantido exclusivamente por textos de leitores.