terça-feira, 28 de abril de 2009

Vim, (pouco) vi, venci


A Vila Belmiro concebeu Pelé, o maior jogador da história do esporte coletivo mais popular do mundo. E no último domingo abriu espaço para a saudação de uma majestade visitante, ingrata aos mais acalorados, aceitável aos santistas mais amenos, que privilegiam mais a modalidade como um todo. Para nós, corintianos que ali vimos in loco mais uma provação de Ronaldo Nazário, um enredo indescritível.

Tecer mais palavras sobre as duas obras primas do Fenômeno, a segunda mais inimiginável aos mortais - talvez Edson, dos seus camarotes, tenha achado normal -, não é necessário. Estabeleçamos, aqui, o propósito desse nosso espaço. Falemos, então, das condições do espaço aos visitantes - onde fiquei, ao lado dos aproximadamente mil outros fieis - e do tratamento da Polícia local.

Começemos pelo último. E com menção positiva, tal qual ocorrera aos rivais alviverdes quando se fizeram presentes no estádio santista, pelas semifinais do Estadual, na voz de meu amigo Emerson Fávaro.

À distância, já que não desci a serra junto às organizadas em seus ônibus, vou direcionar o olhar ao que rolou lá dentro. Espaço apertado para os corintianos, mas nenhuma ocorrência mais grave, aparentemente. Fim de jogo, mais de uma hora de espera, no escuro, procedimento comum na Baixada. Não havia possibilidade de deixar tal quadrilátero, sequer para ir ao banheiro. Entretanto, não presenciei nenhuma revolta mais exacerbada. Talvez Ronaldo tenha relevância nessa condição.



Condição do banheiro masculino destinado aos visitantes não é dos melhores. Mas também nem um pouco diferente do que se encontra em outras praças da capital, como Pacaembu e Morumbi, por exemplo



Problema, sim, é entrar no mesmo. A passagem para o "urinol" é baixa e apertada. Em uma situação emergencial e de tumulto, podem ocorrer dificuldades e acidentes

Aí vamos a campo. Ronaldo. Quem viu, viu. Mas mesmo quem lá estava, teve dificuldades de ver. Pois o ponto-cego promovido pela grade que separa os visitantes (no caso, os corintianos) dos santistas, na arquibancada superior do Urbano Caldeira, impossibilita a visão de boa parte da grande área e do lado direito do gramado.

De onde estava, por exemplo, só soube que os anfitriões diminuíram o placar porque, óbvio, houve a catarse da maioria, e Felipe se rebatia no chão, lamentando a sua participação no tento.


Olhando para baixo, e para frente, vê-se o gol. Mas a ponta esquerda do ataque...


No mais, situações normais. Que, é verdade, não devem - ou não deveriam - ser tratadas dessa forma. Não há assentos, muito menos numeração, a estrutura e disposição dos degraus é precária, com iminentes possibilidades de quedas para o lance inferior, em especial nos momentos de comemoração. São raros os ambulantes que passam vendendo. Água. Bastaria. Mas foi difícil. Assim é Corinthians, né?

2 comentários:

Casa do Torcedor disse...

Boa, Camarão. Que texto!

Eu já ouvi falar desse problema de pontos-cegos em outros estádios, também, embora nunca tenha presenciado. E quase sempre para as torcidas visitantes. Lembro de já ter ouvido falar, por exemplo, sobre grandes pontos-cegos em São Januário e Arena da Baixada. Lembra de algo parecido em algum outro estádio?

abs
Arnaldo

Jason Urias disse...

Off Topic: está quentinho. Acabou de sair do forno.