domingo, 19 de abril de 2009

Torcedor relata violência em estádio de Campo Grande-MS

O e-mail que reproduzo abaixo foi enviado pelo estudante Vinícius Squinelo ao jornalista Emerson Gonçalves, autor do blog Olhar Crônico Esportivo, do portal Globoesporte.com.

Trata-se de um relato sobre um episódio de violência ocorrido nos arredores do estádio Morenão, em Campo Grande-MS, onde Corinthians e Misto se enfrentaram na última quarta-feira pela segunda fase da Copa do Brasil.

Emerson publicou o e-mail (veja o post) e eu o reproduzo aqui na Casa do Torcedor. Como me disse o próprio Emerson “Esse tipo de denúncia é importante, pois são ‘pequenos’ acontecimentos que ninguém enxerga, ninguém fica sabendo”.


“Emerson, sou campo-grandense (MS), Corintiano fanático desde bebê, e pra completar a mistura, faço último ano de jornalismo na Universidade Federal da cidade. Mas não é sobre minha pessoa que este e-mail se destina a falar, e sim sobre o jogo de ontem (quarta-feira, dia 15/04) realizado aqui na cidade, entre meu time de coração e o Misto, da cidade de Três Lagoas (MS), realizado no Estádio Morenão.

E realmente não é propriamente o jogo que interessa nessa situação.

Fui assistir ao jogo, e não posso me eximir de fazer uma nota de repúdio à atitude tomada por uma organizada do Timão, a Pavilhão 9, que não merecia nem usar o nome do meu time de coração.

Logo na entrada, essa organizada chegou com um ônibus próprio (são aqui de Campo Grande mesmo), eles avistaram um torcedor com a camisa do Palmeiras, que foi, prontamente e barbaramente, espancado, na frente de todos; tumulto que só foi encerrado com a chegada da PM. Sem exageros, eram no mínimo 20 homens (se é que podem usar esse nome) batendo em um coitado, palmeirense, mas ser humano como qualquer um.

O jogo correu tranquilamente, sem complicações (claro, com a já tradicional má organização brasileira, como 20 mil pessoas saindo de um estádio por um portão único). A Gaviões da Fiel fez uma festa linda; terminado o jogo, juntou seus instrumentos e foi embora.

Já a outra organizada já citada, a Pavilhão, nem juntou seus instrumentos (porque não os possuía) e nem foi realmente embora. Apenas avançaram uma quadra, até um bar super-cheio e conhecido da cidade, e armaram uma baderna. Qualquer um que não fosse corintiano era hostilizado; e se estivesse com a camisa de outro time (em especial os de São Paulo) eram, quando não segurados por pessoas normais, agredidos. A PM foi chamada, dessa vez por minha pessoa (por ser amigo do santista dono do bar), quando chegaram relataram que em 10 minutos receberam cerca de 8 ocorrências contra essa organizada. A mesma que ao ver a polícia pegou seu ônibus, e foi tranquilamente embora, acompanhada por dois carros da Polícia.

Nenhum foi detido, preso ou semelhante.

Desculpe o incômodo, mas como apaixonado por futebol, e pelo meu Timão, não posso deixar de relatar um fato tão absurdo, mesmo que “comum” no Brasil, ocorrido em minha cidade natal, que cá entre nós não possui uma característica de violência desse modo.

Desprezo realmente organizadas como essas, que sujam o nome de torcedores que querem se divertir, inclusive com torcedores de outro time (quer coisa melhor que brincar com um são-paulino depois de domingo?).

Agradeço a atenção,
Vinícius Squinelo”