segunda-feira, 29 de junho de 2009

Torcedor é atingido por bala perdida a caminho do Maracanã

Do G1, do Rio de Janeiro

Um homem foi baleado de raspão na tarde de domingo (28), em Engenho Novo. Segundo informações da Polícia Militar, ele estava a caminho do Maracanã quando foi atingido nas costas. A vítima foi levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, no subúrbio.

De acordo com a Polícia Militar, até o fim da noite não havia informações de onde teria partido o disparo. O torcedor, um rapaz de 22 anos, foi medicado e liberado.

No início do jogo Flamengo x Fluminense houve um princípio de tumulto em frente ao portão 15 do Maracanã. Mas logo foi controlado pelos policiais que faziam o patrulhamento na área. Ninguém ficou ferido.

Operação combate irregularidades

A Secretaria municipal de Ordem Pública realizou uma operação no entorno do Maracanã durante o jogo. Foram rebocados 18 veículos e outros 134 multados. Um homem foi detido por fiscais sob a acusação de que não tinha autorização para trabalhar como flanelinha.

Com ambulantes ilegais foram apreendidas 285 latas de cerveja, 37 de refrigerantes, 49 garrafas de água mineral, três mochilas, duas bolsas térmicas, 46 camisas de clube e 22 bandanas.

sábado, 27 de junho de 2009

No prejuízo, torcedor do Botafogo acionará clube na Justiça

A notícia abaixo é do Lancenet! Mostra uma postura interessante de um torcedor que se sentiu prejudicado pela diretoria do seu clube do coração.


"Sentindo-se lesado pelo cancelamento da preliminar que contaria com os ídolos botafoguenses do título carioca de 1989, neste sábado, o torcedor Fernando Paiva, que mora em Vitória (ES), vai acionar o clube no Juizado Especial na segunda-feira. Ele quer que ao menos os custos da passagem para o Rio e da reserva do hotel, em um total de R$ 400, sejam ressarcidos pela diretoria.

- Essa foi a pior de todas as trapalhadas dessa diretoria. Divulgaram o evento o mês inteiro, saiu na mídia e, um dia antes de acontecer, com os torcedores até de fora do estado programados para ir prestigiar, cancelam. É muita falta de respeito - reclamou Fernando, de 26 anos.

- Tinha apenas seis quando o Botafogo conquistou este título e saiu da fila. Era a minha única oportunidade - lamentou.

Vice-presidente jurídico do clube, Gustavo Noronha classificou a reclamação do alvinegro como "incabível", porque a restrição fugiu do controle do Alvinegro. A justificativa dada para que o jogo fosse cancelado foi de que o gramado do estádio ficaria muito prejudicado por conta da chuva.

- Não vejo fundamento nisso, o Botafogo está tranquilo. A atitute foi tomada por uma razão técnica. Mas ele tem o direito de tentar. De qualquer modo, a homenagem ocorreu, mesmo sem a bola rolando. E foi belíssima. É uma pena que este torcedor não tem vindo para assisti-la - comentou o dirigente."

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Caso de racismo no Olímpico – Veja como proceder

Durante o empate por 2 a 2 entre Grêmio e Goiás, no Olímpico, no último sábado, um torcedor chamou a polícia após sofrer ataques racistas de um outro torcedor tricolor durante uma discussão.

O torcedor foi levado ao Juizado Especial Criminal, que funciona no Olímpico e no Beira-Rio em dias de jogos. O juiz, porém, considerou que casos de racismo são de vulto maior e o agressor foi levado para a 2ª Delegacia de Polícia da cidade.

Os juizados dos dois estádios costumam receber casos de posse de drogas e de agressões físicas, e julgam na hora. No caso de racismo, esse foi o primeiro.

Com informações da Lancepress

A Constituição Federal do Brasil de 1988 tornou o racismo crime no país. Em 5 de janeiro de 1989 foi publicada a Lei Caó, nº 7.716, que determina a pena para cada caso de racismo. Essa lei foi modificada pela lei 9.459/97 e constitui a principal arma do cidadão pela punição de atos de preconceito e discriminação racial.

De acordo com o parágrafo 3º da lei, injuriar alguém utilizando elementos relacionados à raça, cor, etnia, religião ou origem tem como pena reclusão de um a três anos e multa.

Para quem já sofreu ofensas racistas em estádios ou em qualquer outro lugar, veja como proceder em texto de Zacarias Anselmo da Silva, que foi presidente da Kilombo, organização Negra do Rio Grande do Norte. O texto é do site Direitos Humanos na Internet, o DHnet.

COMO PROCEDER EM CASOS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL

  • Preste queixa em uma Delegacia de Policia ou através de Ministério Público ou em outros órgãos destinados à questão, munido(a) de 2 (duas) testemunhas (anote nomes, endereços, telefones).
  • Procure preservar todos os detalhes do caso, para facilitar os procedimentos legais.
  • Entre em contato com entidades ligadas ao Movimento Negro ou que defendam os Direitos Humanos, para obter apoio e orientações jurídicas e policiais.
  • Faça denúncia através dos meios de comunicação.
  • Se a atitude criminosa não for contra você, preste toda solidariedade possível à pessoa discriminada.
  • Importante: Faça a denúncia mesmo que não tenha testemunhas. Garanta seus direitos.

Mais um fim de semana de confrontos entre torcidas

Como coloquei no post abaixo, em virtude da irresponsabilidade da PM e de autoridades do futebol baiano, era provável que acontecesse confrontos entre torcedores de Bahia e Vitória no sábado. Pela imprensa, ainda não soube, felizmente, de nenhum incidente grave que tenha ocorrido entre os jogos dos dois rivais de Salvador.

Mas o fim de semana não deixou de ter conflitos que já são rotineiros. Durante a semana, as torcidas de Guarani e Ponte Preta anunciavam o “dérbi da paz”. Antes, durante e depois do jogo, o que se viu foi só violência.

Durante o intervalo da partida, iniciou-se uma briga generalizada entre a torcida do Guarani e policiais militares. No confronto, quatro PMs foram feridos e tiveram de ser levados ao pronto-socorro do Hospital Mário Gatti. Um deles teve um ferimento grave na cabeça após ser atingido por uma pedra.

A Organizada Fúria Independente foi acusada por parte da imprensa de ter causado o confronto. Leia comunicado da torcida alviverde aqui.

Depois do jogo, na saída do Moisés Lucarelli, torcedores do Guarani começaram a danificar catracas do estádio. A polícia interveio com bombas de efeito moral e balas de borracha.

Brigas que até ofuscaram a vitória bugrina, encerrando um jejum de seis anos sem vencer o maior rival.

Outra briga ocorreu no domingo, mas bem longe de qualquer estádio. Em Caieiras, município da Grande São Paulo, torcedores do Corinthians que seguiam para o jogo contra o São Paulo, se encontraram com membros de uma organizada do Palmeiras, ao sair da estação ferroviária da cidade.

As duas torcidas se enfrentaram com paus, pedras e rojões. Ao todo, 28 torcedores, sendo cinco adolescentes, estiveram envolvidos no caso.

Depois, torcedores palmeirenses ainda ameaçaram invadir a 5ª Companhia da Polícia Militar da cidade, que foi atingida por pedras.

No final, algo que serve de explicação para todos esses confrontos: Ninguém foi preso.

sábado, 20 de junho de 2009

Irresponsabilidade na Bahia

Se você soubesse de algo ruim que pusesse acontecer, você tentaria evitar?

A Polícia Militar e autoridades do governo e do futebol baiano não tentaram.

Neste sábado, às 16h, no Barradão, a partida é Vitória e Botafogo. Já às 21h, jogam Bahia e Ipatinga em Pituaçu. Apenas cinco quilômetros separam os estádios, que têm como principal acesso a mesma via, a Avenida Paralela.

Além do encontro provável, o risco de confronto aumenta devido ao momento tenso que vive as torcidas organizadas de Salvador. Nos últimos dois meses foram registradas duas mortes provocadas por brigas entre as organizadas Bamor, do Bahia, e TUI, Torcida Uniformizada Os Imbatíveis (TUI), do Vitória.

Nenhum esquema especial de segurança foi montado pela polícia.

A medida mais simples e eficaz, seria, obviamente, mudar a data de um dos jogos. Mas todo mundo ignorou o risco de violência. Agora, como de praxe, um passa a culpa para o outro.

Quem marca a data e horário dos jogos do Nacional é a CBF, mas é papel das federações de futebol e outras autoridades locais solicitar mudanças em decorrência dessas possibilidades.

Mas como sempre ninguém fez nada. Fica a expectativa de que o improvável aconteça.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Acesso municipal

Abaixo, reproduzo o relato escrito em primeira pessoa pela queridíssima Ana, companheira de PUC, de estádios e de todo o resto, para o Lancenet, na última quinta.

O tema é referente ao acesso dificultoso dos torcedores alvinegros ao estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, na partida do dia anterior, entre Corinthians e Internacional, no primeiro embate válido pela Copa do Brasil-09.

http://lancenet.com.br/corinthians/noticias/09-06-18/565427.stm?no-pacaembu-corintianos-tiveram-que-driblar-confusao

No Pacaembu, corintianos tiveram que driblar confusão

Ingresso simples e sócio torcedor ainda confundem a torcida

Ana Thaís de Matos

Nesta quarta-feira, na primeira partida da final entre Corinthians e Internacional, no Pacaembu, pela Copa do Brasil, o que eu pude notar, além de um Pacaembu lotado, foi a falta de organização que envolveu a entrada no estádio, uma tarefa nada pratica, tampouco organizada.

As catracas das entradas pela Praça Charles Miller não estão definidas. O portão três é direcionado para a entrada das organizadas com cadastro junto à Federação Paulista de Futebol; o principal que dá acesso às arquibancadas amarela e verde, foi usado para sócio torcedor e ingressos restantes de bilheteria e o portão quatro, para aposentados, deficientes e crianças até 12 anos, porém essa organização já não é mais eficiente. Desde as quartas de final diante do Fluminense, quando as catracas de sócio torcedor estavam improvisadas na entrada do portão quatro.

Na semifinal contra o Vasco a confusão continou. A falta de informação por parte da organização do estádio causou tumulto. Alguns cambistas, vestidos com coletes da organização, ficavam dando informações erradas e confundindo os torcedores. Os organizadores se contradiziam em uma clara demonstração de falta de vontade, direcionando os torcedores para locais errados, muitas vezes, locais afastados das entradas principais.

Nesta quarta-feira, diante do Inter, a situação ruim se manteve. Desta vez as catracas do portão principal eram predominantemente para sócio torcedor, o restante, tirando os cadastrados das organizadas, ficaram mais uma vez rodando atrás de informação, porém o acesso era feito pelo portão principal.

A falta de informação por parte da organização, promoveu ainda mais a insatisfação por parte dos poucos torcedores que ainda compraram ingressos avulsos. Muitos torcedores ficavam parados nas filas das catracas, e quando iam entrar eram alertados que estavam no portão errado. Davam voltas, e em outra fila, eram direcionados para voltar a fila antiga.

Uma outra novidade no acesso às arquibancadas foram várias grades que separavam um portão do outro. Fato que chamou a atenção, pois afastou torcedores sem ingressos da frente dos portões, porém dificultou mais o percurso dos torcedores que já estavam confusos devido ao cruzamento de informações.

Faltando 20 minutos para começar o jogo, as arquibancas verde não estava totalmente cheia, e do lado de fora a situação continuou confusa. Apenas no início da partida, já com organizadas e sócios torcedores dentro de estádio, a situação se normalizou e pouco mais de 37 mil torcedores puderam acompanhar a vitória do Corinthians por 2 a 0 diante do Colorado.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Organizada santista é afastada dos estádios

Do Terra

A Federação Paulista de Futebol anunciou nesta terça-feira que a Torcida Jovem do Santos, principal organizada do Santos, está suspensa de entrar nos estádios por tempo indeterminado. A decisão partiu de um acúmulo de confusões da torcida santista nos últimos meses.

A última delas aconteceu após o jogo contra o Corinthians, dia 31 de maio, na Vila Belmiro. Após a vitória do Santos por 3 a 1, integrantes da Torcida Jovem iniciaram uma confusão generalizada com um grupo de 50 corintianos que estavam no estacionamento de um hipermercado próximo do estádio. A confusão causou pânico nas pessoas que estavam no local naquele momento.

A diretoria da Torcida Jovem irá se reunir ainda nesta terça-feira para definir as providências que serão tomadas. A organizada santista é obrigada a cumprir a determinação imposta pela FPF e pelo promotor Paulo Castilho. Segundo confidenciou um dos diretores da torcida, eles acreditam que podem voltar aos estádios em até dois meses se conseguirem manter um bom comportamento durante esse período.

Confira na íntegra a resolução do presidente Marco Polo Del Nero:

Em 15 de junho de 2009/
MARCO POLO DEL NERO, Presidente da Federação Paulista de Futebol, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Estatuto
RESOLVE:

Nos termos do ofício JECRIM 294/09 do Ministério Público do Estado de São Paulo, na pessoa do ilustre Promotor de Justiça Dr.Paulo Sérgio de Castilho e manifestação do 6ºBatalhão de Polícia Militar do Interior, na pessoa do Ten.Cel.PM Comandante Armando Bezerra Leite, que adoto integralmente, suspender a torcida organizada denominada "Torcida Jovem", do Santos F.C., de todas as atividades, proibindo-a de entrar nos estádios de futebol.
Esta Resolução entra em vigor na presente data, revogadas as disposições em contrário.

Marco Polo Del Nero
Presidente

domingo, 14 de junho de 2009

Enquete encerrada

Encerramos na noite de sábado nossa enquete sobre a proposta de torcida única em partidas de futebol como medida para coibir a violência.

A disputa foi acirradíssima.

Dos 26 que votaram, 14, ou 54%, mostraram-se contra a medida, enquanto o resto, 46%, revelou ser a favor.

A proposta é polêmica e de certa forma oportunista, já que apareceu logo após o incidente envolvendo torcedores de Vasco e Corinthians, no qual um corintiano foi brutalmente assassinado.

A princípio não sou favorável à medida, mas acredito que, pelo menos, um teste é necessário. E, se for comprovada eficácia, ela pode ser mantida.

É claro que ninguém gostaria de ver sempre apenas a torcida do time da casa no estádio. Seria a quebra de uma magia que marca o futebol, não só no Brasil como em qualquer lugar do mundo.

Mas enquanto a polícia continuar despreparada e alguns maus torcedores continuarem agindo como animais que veem o rival como um inimigo, e não um semelhante como de fato é, talvez seja preciso evitar dessa forma o encontro de torcidas.

Não queria que fosse assim, mas cansei de ver torcedor morrendo em brigas estúpidas.

Arnaldo Gonçalves

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Programa Bola e Arte em nova fase

Salve torcedores,

Pra quem ainda não sabe, o programa Bola e Arte é o grande parceiro da Casa do Torcedor. É um programa sobre futebol, arte e transformação social que ficou um ano na grade fixa da FizTV e agora procura novos espaços, inclusive na própria Fiz.

Segue aí o piloto do programa, que entra agora em nova fase, gravado no CT do Palmeiras. Vale a pena conferir.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O trampo duro dos ambulantes dos estádios

Vi hoje uma matéria muito legal do meu amigo Rodrigo Farah, repórter do UOL, sobre o trampo dos vendedores ambulantes dos estádios.

O Farah viveu o cotidiano de um ambulante por um dia, vendendo dog no Parque Antarctica durante um jogo e contou brilhantemente como é o trabalho dos caras. Vale a pena conferir. Jornalismo de primeira.

Repórter do UOL vira ambulante por um dia no Parque Antarctica

“Os ambulantes. Coadjuvantes do esporte, que estão presentes nos estádios desde os primórdios do futebol. Movido pelas histórias dos personagens, fui convocado pelo UOL Esporte para sentir na pele como é a vida desses vendedores, que trabalham no limiar da obrigação e da paixão. E acabei descobrindo que esta é uma função bem mais complicada do que eu pensava.

Minha missão era simples. Passar uma noite com o jaleco azul no meio da torcida para vender o máximo de produtos que conseguisse. Assim que cheguei ao Parque Antarctica, duas horas antes do jogo, percebi que não teria vida fácil. Um forte temporal assolou o estádio e precisei ouvir dos meus novos companheiros. “É normal. É ruim para as vendas, mas precisamos trabalhar na chuva”.

Quando encontrei a central dos ambulantes, fui bem acolhido pela maioria e pelo casal Vladimir e Bete, que comanda a ação dos vendedores nos principais estádios da capital paulista. Estava com receio de ficar fora das conversas, mas isso não aconteceu. Eles me indicaram o caminho e, quando menos percebi, já trajava a roupa e estava pronto para a minha nova profissão. O problema veio quando descobri a tarefa que teria pela frente: vender 20 cachorros-quentes em uma noite fria e com poucos torcedores no estádio alviverde. O preço também não ajudava: R$ 4. Pensei ‘talvez essa não seja uma ideia tão boa assim’ e segui em frente.

Logo ao sair da central, cruzei com um segurança do Palmeiras que normalmente cumprimento quando vou ao estádio. Ele me olhou e passou reto. Não me reconheceu, ou pelo menos foi isso o que eu quis acreditar. Mas na verdade, logo me deparei com o verdadeiro sentimento que ditaria boa parte da minha noite: o isolamento.

Quando você é um vendedor ambulante em atividade raramente é notado. Poucos são aqueles que o olham quando passam ao seu lado, com exceção dos momentos em que desejam comprar algo de você, o que não acontecia comigo até então.

Após rodar quase toda a arquibancada à procura de um comprador, acabei frustrado e decidi ir para uma das entradas, já que o fluxo de pessoas ainda era grande. Decisão correta. Após ficar alguns minutos no portão, tentando vender e ao mesmo tempo conversando com outros ambulantes, finalmente tive sucesso. Um rapaz gritou “quem tem dog?”, e eu fui correndo feliz para concretizar minha primeira venda.

Depois disso, fiquei empolgado, mas percebi que ainda teria muitas dificuldades para continuar as vendas. A cada 50 berros de “Olha o dog!” conseguia um comprador. Ás vezes, até dois. Mas segui animado e voltei a circular o estádio no decorrer da partida.

No meio das perambulações no Parque Antarctica deparei-me com o humorista Marquito, torcedor presente na maioria dos confrontos do Palmeiras. Após certa insistência, ele aceitou comprar um cachorro-quente e mandou para dentro logo em seguida. Pouco tempo depois, ouvi um berro: “Ei garoto!”, era um outro cliente, que veio me devolver na frente dos filhos o troco extra que havia lhe dado anteriormente. Agradeci a ação e segui em frente.

O tempo durante a partida passou da maneira mais rápida possível. Quando percebi já estava no meio do segundo tempo. Foi quando decidi olhar minha caixa de produtos e fiquei aliviado. Tinha apenas mais dois cachorros quentes. “Vou vender mais um e pegar o outro para mim. Nada mais justo”, pensei.

Até que dois meninos me abordaram e falaram: “Dois dogs, por favor”. Pois é, não seria dessa vez que eu teria minha recompensa. Ao menos, cumpri a missão voltei para a redação contente, a não ser pelo calo no pé direito que ganhei após a jornada. E o lucro? O lucro foi de R$ 16 muito bem ganhos após a noite dos 20 cachorros-quentes.”

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Estudo sobre violência no futebol

Em matéria publicada na edição do último domingo do jornal Folha de S. Paulo, reportagem assinada por Sérgio Rangel, da sucursal do Rio, apresenta estudo feito pelo sociólogo Maurício Murad em relação aos casos de violência envolvendo o futebol.

De 1999 a 2008, 42 pessoas foram mortas em conflitos dentro e fora de estádios, com uma acentuação nos últimos dois anos. E para Murad, ligações das torcidas com o crime organizado e a expansão da internet colaboraram para esse processo.

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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk0706200914.htm

As mortes de torcedores de futebol envolvidos em conflitos a cada ano dobraram no Brasil em 2007 e 2008 em relação aos oito anos anteriores.

O resultado está em uma pesquisa coordenada pelo sociólogo Mauricio Murad, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e da Universo (Universidade Salgado de Oliveira), um dos pioneiros no estudo da sociologia no futebol.

Para ele, elos com o crime organizado e a internet contribuíram para o recrudescimento da selvageria entre as torcidas.

O trabalho revela que, entre 1999 e 2008, a média foi de 4,2 mortes por ano, em um total de 42. Considerado o período entre 1999 e 2006, foram 28 mortos, média de 3,5 em cada ano.

Quando o intervalo analisado se restringe a 2007 e 2008, o índice salta para 7. Ou seja, nos últimos dois anos, o número médio de mortes foi o dobro dos oito anos anteriores.

O estudo levou em consideração mortes nos estádios, nos arredores das praças esportivas e em confrontos provocados por integrantes de organizadas, mesmo longe dos gramados.

"A pesquisa mostra que a violência entre os torcedores é crescente, preocupante e tem que ser contida", diz Murad.

A pesquisa foi realizada com base em notícias dos principais jornais de cada região do país.

Como o universo analisado foi até 2008, a última morte contabilizada é a do são-paulino Nilton César de Jesus, 26.

Ele foi baleado na nuca por um policial em 7 de dezembro, antes da partida decisiva do Brasileiro entre Goiás e São Paulo, em Brasília. Morreu quatro dias depois no Hospital de Base. O torcedor partiu de São Paulo numa caravana da organizada Dragões da Real.

Portanto a morte do torcedor corintiano na noite da última quarta, em confronto com seguidores do Vasco, não entrou no trabalho acadêmico. Em 2009, em pouco mais de seis meses, já houve três casos de óbitos relacionados ao futebol.

Murad acredita que o aumento das mortes nos estádios tem ligação com o envolvimentos de integrantes de organizadas com o crime organizado e a expansão da internet. No Maracanã, por exemplo, são comuns brigas entre torcedores do mesmo clube por causa da ligação de membros de organizadas com facções criminosas.

Nos últimos anos, dezenas de brigas ainda foram agendadas por sites de relacionamentos.

Numa delas, Germano Soares da Silva, 44, morreu cinco dias depois de ser espancado por integrantes de uniformizadas do Botafogo e Vasco no centro do Rio, após um jogo de basquete, em novembro de 2007. Silva era um dos fundadores da Jovem Fla, uma das organizadas mais violentas da cidade.

"Foi um horror e mostrou a brutalidade das torcidas de futebol, que aproveitaram uma partida de basquete para arrumar briga sem tanta repressão. O conflito foi marcado pela internet, e a polícia não fez nada para conter", afirma Murad.

As cenas de violência assustaram os cariocas, mas ninguém foi preso. Na época, 31 jovens, quase todos de classe média, foram indiciados por formação de quadrilha, homicídios e corrupção de menores.

"A grande questão é conter esses vândalos, que são minorias dentro das organizadas. Para isso, basta ter vontade política e usar com inteligência os órgãos de repressão, prevenção e reeducação", sugere Murad, que acredita que a Copa do Mundo no Brasil em 2014 ajudará no combate à violência.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A história que não saiu no jornal


Do blog da respeitadíssima Leonor Macedo, jornalista, corinthiana, que já foi assessora de imprensa dos Gaviões da Fiel Torcida.


O papel de cada um

Quando o William foi incendiado por faíscas de sinalizadores e papéis picados, resultado de uma equação bem simples e capaz de ser prevista até por uma criança ainda bem pequenina, boa parte da imprensa sorriu. Achou curioso - para não dizer engraçado - que diante de um Pacaembu lotado, o capitão do time campeão paulista de 2009 pegasse fogo ao lado do Ministro dos Esportes Orlando Silva, do Secretário de Esportes da Cidade de São Paulo Walter Feldman e do presidente do clube Andres Sanchez. E, mais uma vez, limitou-se a resumir o fato somente em manchete e noticiou-o em duas linhas como se fosse um acidente casual.

Ao atear fogo no ônibus da torcida do Vasco ontem, 03/06, os torcedores corinthianos conseguiram uma atenção pouco maior por parte dos jornalistas. Digo pouco porque, apesar de ter sido massacrada com notícias sobre o fato em todos os veículos de comunicação, nenhum jornalista buscou, novamente, saber o que aconteceu na noite de ontem.

Li um promotor discursar sobre uma possível emboscada de corinthianos, associados aos Gaviões da Fiel e pertencentes ao movimento da Rua São Jorge, preparados para pegarem a torcida do Vasco na Ponte das Bandeiras. Ouvi a polícia dizer que nos quatro carros que acompanhavam o ônibus das pessoas da Rua São Jorge havia barras de ferro e uma espingarda de calibre 12. Vi a Ana Maria Braga gritar com um papagaio falante ao seu lado que "aquilo não era torcedor, mas um bando de marginal e vagabundo".

E precisei de três ou quatro telefonemas para tentar ouvir quem nunca é ouvido. Alguém que, infelizmente, é sempre um de nós.

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Quando o Mandioca me procurou na arquibancada ontem, no intervalo do jogo, e me disse que havia ocorrido um confronto entre torcedores da Rua São Jorge e torcedores do Vasco, eu busquei com os olhos algum amigo integrante do movimento. Achei e perguntei se ele tinha alguma informação.

- Estou esperando alguém me dar notícias, mas há bastante gente ferida porque o negócio foi feio. Parece que houve um tiroteio.

Vi as lideranças das torcidas conversando próximas ao alambrado até o intervalo do segundo tempo. Senti um clima tenso, pesado, frio, preocupado e preocupante. Mais do que já estava naquela noite gelada de outono, de uma semifinal vencida por 0 a 0 em uma partida mal disputada.

Ao sair, esmagada por uma multidão desorganizada, peguei uma carona com um amigo. Ligamos o rádio e ouvimos que havia um ônibus da torcida do Vasco incendiado do lado de fora do Pacaembu em represália à morte de um torcedor corinthiano na Marginal Tietê.

Cheguei a minha casa e as primeiras informações já estavam na internet: emboscada, briga, tiro, espancamento, fogo, ônibus, nada. Liguei para dois ou três amigos que provavelmente estariam no ônibus de corinthianos da Marginal, já que eles são lideranças do Movimento Rua São Jorge e costumam sair do Corinthians em dia de jogo até o Pacaembu. Nada mais coerente. Nenhum atendia ao telefone. Dormi mal e preocupada.

Quando acordei, as notícias eram as mesmas. Exatamente nada apurado. Liguei o MSN e encontrei um amigo que havia visto ontem no estádio:

- Está sabendo de alguma informação?
- Sim. Saí do jogo e fui ao PS de Santana, para onde foram levados os torcedores feridos. O torcedor morto não foi reconhecido. Foi encontrado pelado, só de cueca, na Praça Campo de Bagatelle, sem nenhum documento e desfigurado.
- E o que aconteceu?
- 15 ônibus do Vasco cruzaram com um do Corinthians na Marginal Tietê.

Difícil acreditar que torcedores de um ônibus do Corinthians fizessem emboscada para 15 ônibus com torcedores do Vasco. Nem toda a falta de bom senso do mundo atropelaria essa matemática.

Depois falei de novo com o Mandioca, que tinha conversado com o Sid, que tinha falado com o Gabriel, todos tentando encontrar alguma informação do que aconteceu, de algum amigo ferido, morto.

O Gabriel não tinha conseguido entrar no estádio porque um dos meninos que estava com o ingresso dele também estava no ônibus da Rua São Jorge, indo para o Pacaembu. Às 21h50, horário em que começaria o jogo, ele ligou para esse amigo:

- Pô, são 21h50. Cadê você com meu ingresso? O jogo está começando.
- A polícia parou a gente para uma revista aqui na frente do Clube Esperia. Acho que já já eu to aí. Peraí, mano, putaquepariu!!!!! Peraí que os caras da Força Jovem estão correndo para cima da gente.

E desligou o telefone. O Gabriel não entendeu bem o que tinha acontecido e continuou na porta do estádio, na esperança de conseguir o seu ingresso e entrar para ver o jogo. Um tempo depois, apareceram de táxi algumas pessoas que estavam na briga para contar o que tinha acontecido. Pareciam zumbis, inchados, cortados, com os agasalhos encharcados de sangue.

- Quem conseguiu escapar está aqui. Quem não conseguiu, está preso ou foi parar no hospital - disse um deles para o Gabriel.

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Depois li na internet o promotor declarando que a emboscada já estava armada há muito tempo. Que na quarta-feira de manhã ele já tinha recebido uma denúncia e que a torcida do Vasco tinha proposto deixar os ônibus nas sedes da TUP e da Mancha Verde, organizadas do Palmeiras e que são co-irmãs da Força Jovem, como eles gostam de dizer. Mas que a promotoria e a polícia não tinham aceitado porque, no trajeto a pé ao Pacaembu, haveria enfrentamento entre torcedores.

Ficou decidido que ao chegar a Guarulhos os ônibus da torcida do Vasco receberiam escolta policial até o Pacaembu, fazendo o caminho pela Marginal Tietê. Mesmo caminho que fazem os torcedores corinthianos lá da Zona Leste e que a polícia do estado saberia se tivesse alguma comunicação até mesmo por um walk talk.

Foi neste trajeto que tudo aconteceu. E só quem estava lá saberia me dizer o que tinha rolado. Até que consegui falar com um dos amigos lideranças do movimento, hospitalizado.

- Como você está?
- Sem dente, cabeça cheia de ponto, com dor até para respirar. Talvez tenha que operar a mão e o braço.
- E o que aconteceu?

O que aconteceu foi que a Rocam parou o ônibus dos torcedores do Corinthians para uma revista. E parou quatro carros de corinthianos que estavam junto. O ônibus dos torcedores corinthianos não tinha nenhuma escolta policial porque, segundo a promotoria, eles não são torcedores organizados com CNPJ. Mas são. Torcedores dos Gaviões da Fiel que se reúnem longe da sede. Só que em um Estado de Direito, onde existe uma constituição que alega que é dever desse Estado zelar pela segurança de seus cidadãos, qualquer pessoa física deveria ter garantida a sua integridade física. Não precisaria pertencer a nenhuma associação, agremiação, clube, empresa, fundação, OSCIP, ONG para conseguir chegar viva ao estádio de futebol. A qualquer lugar.

Com a proteção policial negada e sob ameaça de bater e apanhar, provavelmente a mesma que o promotor havia recebido na manhã de quarta, esse grupo de corinthianos resolveu fazer a própria segurança. Gentileza gera gentileza, estupidez gera estupidez.

Ao ver a Rocam parada em frente ao Clube Esperia, dando uma batida policial no grupo de corinthianos, outros 20 policiais da Rocam que trabalhavam na escolta da torcida do Vasco e que não foram avisados que por aquele caminho fatalmente as torcidas se encontrariam, resolveram parar os ônibus do Vasco a fim de evitar esse confronto. Mas pararam muito perto. Aos poucos, eles foram descendo, 800 deles.

Incontroláveis como toda massa enfurecida por uma rivalidade bestial, porém histórica, os vascaínos partiram para cima dos corinthianos. Carregando barras de ferro, armas, paus, rojões e outros objetos que serviram de arma e que não foram tomados pelos policiais da escolta em uma revista que não aconteceu. E massacraram os corinthianos. E mataram um deles atirando o corpo em uma praça que foi palco da comemoração do Campeonato Paulista de 2009, no mesmo dia que o William pegou fogo.

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Eu que estava no estádio, soube disso no dia seguinte, mas não saberia se não tivesse ligado para meia dúzia de amigos e só esperasse a notícia que me dão. O que sei é que, naquela noite - e falo agora como se tivesse passado muito tempo porque será daquelas noites que carregarei para sempre - os 800 torcedores do Vasco que brigaram antes do jogo chegaram atrasados na partida, mas chegaram. Conseguiram entrar no estádio, assistir a partida do seu time que, mesmo perdendo, lutou até o final pela classificação. Mas o Clayton, que morreu nu e desfigurado em uma praça da Zona Norte de São Paulo, não vai conseguir chegar nunca mais.

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Essa é a versão que não é publicada nos jornais, que não aparece na televisão, que não se ouve no rádio, mas que mesmo assim existe. Que é fruto de uma equação tão banal quanto àquela que fez o William pegar fogo na alegria de se comemorar um título. E que, nem por isso, é evitada.

Quem sofre a violência dentro e fora dos estádios sabe quais são os motivos que o levam a ela. Sabe que qualquer violência é fruto de algo muito maior: de uma nação deseducada, desorganizada e cada vez mais desumana; de um Estado omisso, corruptível, impune, burocrático; de uma polícia despreparada, mal paga, preconceituosa; de uma imprensa burra, preguiçosa e reacionária; de um futebol paternalista, aproveitador, interesseiro e explorador.

E sabe justamente o que fazer para combater a violência. Toda a promotoria, comissão de paz, clubes, polícia, torcedores, ministério, imprensa, todo mundo sabe qual é seu papel nessa história. Mas só o que se vê é a repetição dos mesmos erros. E a simplificação das soluções. Porque é muito mais fácil criar uma camisa e um ônibus à prova de fogo do que parar de atear fogo em jogador e matar torcedor, cidadão. Todos nós inflamamos o William. Todos nós matamos o Clayton.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nova enquete da Casa do Torcedor: Deixe sua opinião

Depois dos confrontos entre corintianos e vascaínos na última quarta-feira (03/06), a Polícia Militar do Estado de São Paulo defende torcida única em partidas de futebol.

Você acredita que essa medida pode diminuir a violência entre torcedores?

Responda na nossa enquete e não deixe de desenvolver suas ideias nos comentários.

Participe!

Corintiano é morto em briga com torcedores do Vasco; Ônibus de vascaínos é incendiado no Pacaembu

Mais uma tragédia na guerra estúpida entre torcidas. E o que seria apenas uma noite de decisão no futebol brasileiro virou uma noite de terror.

O confronto aconteceu na altura da Ponte das Bandeiras, um dos acessos à Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, momentos antes do início da partida entre Corinthians e Vasco no Pacaembu.

No local, um ônibus de corintianos que era escoltado pela PM foi parado para que um comboio com vascaínos pudesse seguir. Os torcedores do Vasco não seguiram, saíram de seus ônibus e começaram a briga.

Um torcedor do Corinthians foi morto a pauladas e facadas no confronto. Três vascaínos foram presos e serão investigados pelo assassinato.

Mais oito torcedores ficaram feridos.

Ao saberem da morte, corintianos atearam fogo em um ônibus da torcida cruzmaltina nas imediações do Pacaembu. Felizmente, não havia ninguém no ônibus.

A Polícia Militar deteve 27 corintianos após o confronto.

As informações são do jornal Diário de S.Paulo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Festa pra que?

São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Cuiabá e Manaus.

Não entendi a festa nessas cidades. Será que os torcedores acham que vão ver os jogos da Copa de 2014?

Aqueles com um pouco mais de dinheiro talvez consigam ver um Suíça x Togo, ou quem sabe até um Coréia do Sul x Paraguai.

Mas a imensa maioria dos brasileiros vai ver a Copa mesmo pela telinha, como se ela fosse realizada na Alemanha, África do Sul, ou qualquer outro lugar do mundo. Não muda nada.

Não entendo a festa.

Mas até que entendo a decepção dos habitantes das cidades que ficaram de fora. É duro precisar sediar uma Copa do Mundo pra que se tenha alguma esperança de melhorias no transporte, infra-estrutura, segurança.

Deveriam ter direito a isso independentemente de qualquer evento.

Às 12 sedes resta a esperança que, como aconteceu no Pan do Rio, não seja feita apenas maquiagem para receber os gringos, e fique um legado positivo para a posteridade.