domingo, 16 de agosto de 2009

Tragédias do acaso, obras da impunidade

Lembram quando um degrau da arquibancada da Fonte Nova se rompeu durante um jogo do Bahia e sete pessoas morreram?


Isso aconteceu no dia 25 de novembro de 2007. Há quase dois anos.


Para a Justiça, apesar de notória e comprovada a incapacidade de a Fonte Nova receber torcedores nas condições em que estava naquele dia, a morte de sete torcedores foi um “trágico acontecimento”.


Isso mesmo. Na última sexta-feira, dia 14, Bobô, diretor-geral da Superintendência dos Desportos da Bahia (Sudesb), e o engenheiro Nilo dos Santos Júnior, ex-diretor de operações da autarquia, foram absolvidos na 10ª Vara Crime de Salvador.


Segundo o juiz criminal substituto, José Reginaldo Nogueira, não houve negligência, imprudência ou imperícia dos réus.


Assim a tragédia da Fonte Nova, um dos capítulos mais tristes da história do futebol brasileiro, terminou sem culpados.


E se o culpado era a Sudesb, a Federação Baiana de Futebol, o Bahia ou o Governo do Estado, não sei e não cabe a mim julgar.


Mas pode ter certeza: não foi Deus que quis.


Ironia do destino ou não, veja o que aconteceu apenas um dia depois da sentença do juiz sobre o caso da Fonte Nova: a arquibancada de um estádio do Piauí desabou e deixou cerca de 30 feridos.


Foi no estádio Torrão, em Miguel Alves, a 104 Km de Teresina-PI. Jogavam Miguel Alves e União pelo Campeonato Intermunicipal do Piauí.


Fala-se em 27 a 30 feridos, que ficaram segundo a imprensa local com braços e pernas fraturadas e foram encaminhados para o Hospital Pedro Vasconcelos, de Miguel Alves.


Neste domingo, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Piauí (CREA-PI) divulgou uma nota de esclarecimento na qual diz que não realizou vistoria técnica no estádio.


Veja a nota:


“Com relação ao sinistro ocorrido nas arquibancadas do Estádio Enéas Torres, no município de Miguel Alves, na tarde de sábado (15 de agosto), esclarecemos que o Crea-PI não realizou vistoria técnica e não chancelou quaisquer obras e/ou serviços no local.

As vistorias técnicas são efetuadas, principalmente, mediante as Fiscalizações Preventivas Integradas - FPIs, que acontecem em parceria com outras entidades fiscalizadoras (respeitadas as devidas competências), e têm por objetivo constatar irregularidades diversas e notificar preventivamente os responsáveis na busca de saná-las, assim como alertar as autoridades constituídas sobre os fatos verificados.


Dessa forma, informamos que a ação do Crea-PI no Estádio Enéas Torres, no município de Miguel Alves, sucedeu-se através da visita dos seus Agentes de Fiscalização, que compareceram ao local para realizar tão somente a sua atividade rotineira, que é fiscalizar o exercício profissional e a regularidade da obra no Conselho, que se dá por meio do registro da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).”


Infelizmente, o descrédito, ceticismo, desconfiança, seja lá o que for, nos leva a esperar que considerem essa violência a seres humanos, mais uma obra do acaso.

Um comentário:

Kah disse...

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