quarta-feira, 29 de julho de 2009

Teremos que criar a “Casa do Sócio-Torcedor”?

Muitos veriam essa pergunta acima, em tom de brincadeira, como uma evolução do futebol brasileiro. Eu vejo de outra forma. A consolidação dos programas de sócio-torcedor entre os clubes do país representa uma vitória do projeto de elitização do futebol no Brasil.


O futebol pode continuar um esporte do povo nos botecos espalhados pelas ruas, nas discussões da segunda-feira, na família ligada na televisão. O estádio é cada vez mais, por incrível que pareça, um espaço das classes média e alta.


São vários os fatores que afastam a cada dia mais as classes D e E dos estádios. Primeiro, os preços dos ingressos são abusivos - em qualquer jogo da Série B, por exemplo, a entrada custa 20 reais. Além disso, a dificuldade de acesso aos estádios em transporte público e os horários das partidas no meio de semana obrigam o torcedor a ter carro para poder ver um jogo.


Os programas de sócio-torcedor, vistos pela cartolagem como a única saída para manter a saúde financeira dos clubes, são extremamente elitistas e segregacionistas, no mínimo. Privilegiam o torcedor de maior poder aquisitivo e vai tirando dos estádios o chamado “torcedor comum”.


A meta dos clubes, e isso é claro, é dispor a entrada aos jogos apenas aos torcedores que participarem do programa de fidelidade.


Segundo nota desta terça do Clube dos 13, entidade que reúne as 20 maiores agremiações do país, já há mais de 380 mil sócios-torcedores no Brasil. O líder é o Internacional, que possui 100,7 mil associados.


O Colorado é seguido por Grêmio (53 mil sócios), Corinthians (46 mil) e São Paulo (42 mil).


Vou postar abaixo o texto do Clube dos 13, que possui mais detalhes, e deixa claro esse projeto elitista.


Clubes brasileiros ultrapassam 380 mil sócios-torcedores

"Levantamento do Clube dos 13 revela que mais de 380 mil brasileiros já aderiram a pacotes de fidelização com seu time do coração. Os programas de sócio-torcedor, que tiveram sua gênese no país há pouco mais de uma década, proporcionam aos fãs facilidade de compra de ingressos e acesso aos estádios e receita garantida às agremiações.

O maior caso de sucesso das Américas é protagonizado pelo Internacional. Atualmente com 100,7 mil associados, o time gaúcho é o sexto colocado no mundo em número de sócios-torcedores. O líder é o Benfica, de Portugal, com 171 mil.

“A implantação do projeto de sócio-torcedor foi paulatina a partir de 2003, quando começamos a trabalhar o lado emocional do torcedor destacando a importância em se associar ao clube. Fizemos tudo isso ancorado em forte campanha de mídia via veículos convencionais, trabalho boca a boca, fidelização da carteira de forma intensa e premiação aos sócios com vantagens e benefícios que o torcedor comum não tem acesso”, explica Jorge Avancini, diretor de marketing do Internacional. Segundo ele, o programa garante arrecadação que possibilita um planejamento de longo prazo ao clube.

Além do Colorado, que subiu de 60 mil sócios-torcedores em janeiro deste ano para a marca recorde em julho, Grêmio, Corinthians e São Paulo, com 53 mil, 46 mil e 42 mil associados respectivamente, também apresentam uma rápida ascensão em seus números. O Cruzeiro segue os mesmos passos e já possui cerca de 18 mil filiados apenas um mês e meio após o lançamento do projeto Sócio do Futebol.

“Os sócios-torcedores são fundamentais na vida do São Paulo. É através do programa que podemos estar perto de nossos torcedores, além de proporcionar a eles uma forma de estarem perto de nós, contribuindo financeiramente com o clube, que, em contrapartida, oferece alguns benefícios como descontos em ingressos, mas principalmente, títulos”, destaca Rogê David, responsável pelo projeto no tricolor paulista.

Outros ótimos exemplos são confirmados com o Vasco da Gama (28,5 mil sócios-torcedores), Santos (25 mil), Atlético-PR (22,3 mil), Coritiba (18 mil), Vitória (6,7 mil), Goiás (5,3 mil), Fluminense (5 mil) e Guarani (4,1 mil).

Palmeiras, Botafogo, Bahia e Sport Recife estão reformulando seus programas e devem lançar em breve os novos projetos.

“Os programas de sócio-torcedor são modelos consolidados na Europa. Com o lançamento do projeto destes outros clubes no Brasil, não levaremos muito tempo para atingir a marca de meio milhão de sócios. Os números comprovam que os departamentos de marketing já atingiram resultados expressivos. Não tenho dúvidas que estamos no caminho certo”, afirma Fábio Koff, presidente do Clube dos 13."

Um comentário:

Unknown disse...

Estamos enviando pra vosso conhecimento e não alegar desconhecimento, do Registro em Direito Autoral e da Marca Registrada no INPI do Sócio Torcedor registrados em Janeiro de 1997, e protegidos por Lei Federal nº. 9279 de 14 de Maio de 1996. O único Clube ou Associação autorizado a usar no Brasil é o CORITIBA FOOT BALL CLUB, com autorização desde Janeiro de 1997, os demais Clubes e ou Associações ou Empresas, estão sendo ajuizadas ações, pois é Crime usar sem anuência do Autor