quarta-feira, 15 de julho de 2009

“Até parece que os sócios são melhores do que a gente”

Vi essa frase acima, do título, em um tópico criado nesses últimos dias em uma comunidade bastante ativa do Cruzeiro no Orkut. Ela simboliza bem um processo de elitização do futebol brasileiro, com o crescimento dos programas de sócio-torcedor.


Dos 64.800 ingressos destinados à final da Libertadores entre Cruzeiro X Estudiantes, 20 mil ficaram com os sócios do futebol, 8 mil com os donos de um cartão chamado papa-filas e 2 mil com os camarotes dos patrocinadores. Soma-se a isso 3 mil entradas vendidas em La Plata para torcedores do clube argentino.


Ou seja, dos 64.800 ingressos, só 31.800 ficaram para o restante da torcida do Cruzeiro, a imensa maioria que não tem condições de participar de programas de fidelidade e que teve que dormir na fila desde o fim de semana para lutar por ingressos que, em grande parte, ficaram nas mãos de cambistas.


Veja só: esses 31.800 ingressos teriam sido vendidos em apenas 2 horas. Algo no mínimo estranho. Não é à toa que no mesmo tópico do Orkut em que o torcedor questionou se achavam que os sócios eram melhores do que eles, a grande maioria dos internautas não poupou críticas aos cambistas, que estão faturando alto com essa decisão.


Mas como os cambistas conseguiram tantos ingressos se bem antes de serem abertas as bilheterias de venda já havia filas quilométricas? Talvez os Perrelas tenham a resposta.

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